Thursday, 23 December 2010
Wednesday, 22 December 2010
Diálogos Socráticos #3

ANAXIMALANDRO: Alguém tem horas?
ANAXIMERDAS: Não.
SÓCRATES: Só vão inventar o relógio mecânico no século XIII depois de Cristo, burro do caralho.
ANAXIMALANDRO: Então como é que fazemos?
SÓCRATES: Anaximalandro, não é verdade que o filósofo ama o saber?
ANAXIMALANDRO: Sem dúvida, Sócrates.
SÓCRATES: Então se amas o saber, porque não sabes ficar calado?
ANAXIMERDAS: Sócrates, achas que o Escrotécrates vai ficar chateado por não estarmos a trabalhar?
SÓCRATES: Não podemos fugir à nossa natureza, Anaximerdas.
ANAXIMERDAS: E qual é a nossa natureza, sábio Sócrates?
SÓCRATES: Não fazer um boi, como é óbvio.
ESCROTÉCRATES: Então suas mulas, contratei-vos para trabalhar, não foi para estarem aqui no paleio.
SÓCRATES: Sejas bem-vindo à nossa conversa, Escrotécrates. Ainda bem que chegaste, pois estava com imensa vontade de te mandar para a real puta que te pariu.
ESCROTÉCRATES: O quê pá? Levas já uma murraça nos dentes!
ANAXIMERDAS: Por Zeus, Escrotécrates, aguenta aí os cavalos.
SÓCRATES: Sim, Escrotécrates, porque de nada te vale agredir a minha face com os teus punhos calejados de esmurrar montes de brita porque a minha alma acabará por ir para o Hades.
ESCROTÉCRATES: Aquele café ao pé do Talho do Charisteas?
SÓCRATES: Não, Escrotécrates. O Hades é o sítio para onde as almas vão após a morte do corpo. Mas não tenho a certeza de que a tua vá para lá.
ESCROTÉCRATES: Porquê?
SÓCRATES: Porque és trolha. Os trolhas vão para outro sítio - o Hades cá vir.
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Thursday, 16 December 2010
Sunday, 12 December 2010
Friday, 10 December 2010
Carminda Burana
Nasceu em Peixe-Espada-à-Cinta quatro minutos antes do sol se erguer sobre as planícies adubadas a merda de burro. Os pais, Godofredo Quixote Burana e Alzira Gramofone, eram conhecidos na aldeia como gente muito pouco dada a banhos. Resumindo, fediam a bom feder. Alzira ponderou abortar ou fazer um desmanche. Pensando que fazer um desmanche se tratava de desmanchar o feto às peças, lá fez o aborto. Paradoxalmente ou não, ainda assim Carminda acabou por nascer.
Conta Alzira que o Espírito Sancto a visitou uma noite e lhe disse se ter enganado no pipi. Burocracias divinas impediram o dito Espírito Sancto de desfazer o que tinha feito. Deus acabou por contratar um outro Espírito para substituir o Sancto, que foi enviado para o Inferno, onde até hoje vê repetições do episódio número vinte do Jogo do Ganso.
Aos 15 anos já Carminda se notabilizava na escola pela prática do fellatio. A mãe havia notado algo de Cicciolina na miúda, quando ainda bem jovem balouçava alegremente em cavalos de pau. Infelizmente não pôde ter o destino que tanto queria, como actriz pornográfica. Fez castings, tudinho como mandam as regras, mas havia um problema - achavam-na feia como os cornos. Um realizador descreveu-a mesmo como "uma espécie de primata filho da Odete Santos e João Malheiro atropelado por uma charrua". Que é como quem diz, tinha cara de cu.
Isto não a demoveu, e tornou-se puta. Não uma puta qualquer, mas daquelas que mascam pastilha elástica de boca aberta e tudo. Quando descobriu que a Universidade Aberta não tinha cursos na área de putedo, desiludiu-se muito. Actualmente vive com um trolha chamado Maxim, de quem teve um filho, Tozé Brito. Chamam-lhe filho da puta, mas ele não se importa. Porque é.
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Diário de Estraminador #1

Olá diário, sabes quem é que casou? O Pau Arranjer! Verídico. E, de certa maneira, deprimente. Casou com uma espécie de Simara pré-banda-gástrica, parente da baleia-freira do Libertem Willy. A gaja tem tais prateleiras de banha que até dá para pôr lá uns bibelots daqueles ranhosos que a mãe do Pau Arranjer compra nos chineses. Tenho pena do rapaz, tem andado mesmo em baixo. Há duas semanas que não se consegue transmorfar, o que é obra. Mas compreende-se.
Teve de vender o megazorde para comprar um apartamento para a gorda, já viste? Um tipo não merece tão triste destino. Um homem com um futuro brilhante na luta contra monstros do tamanho de arranha-céus vê-se obrigado a entrar nestes esquemas impostos pela ordem social vigente. Isto aborrece-me.
Teve de vender o megazorde para comprar um apartamento para a gorda, já viste? Um tipo não merece tão triste destino. Um homem com um futuro brilhante na luta contra monstros do tamanho de arranha-céus vê-se obrigado a entrar nestes esquemas impostos pela ordem social vigente. Isto aborrece-me.
Mas olha, a Scainéte mandou-me ontem ao passado matar o Jóne Cónâr. Aproveitei e comprei também um busca-pólos porque os gajos do Departamento Eléctrico me cravaram. Vê lá tu, nunca sabem onde põem a merda das ferramentas. Quando fui para assassinar o Jóne Cónâr estava ele a efectuar amor com a mão e, surpreendido, mandou-me levar no cu. Compreendi a situação e dei-lhe só um tiro na perna. Não gosto cá de malcriadices.
Al bi béque.
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Saturday, 27 November 2010
Friday, 26 November 2010
Ó Rameira do Olival
O pipi de uma prostituta, é um lugar-comum?
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Clearasil
Conheço um tipo que é metade pessoa metade acne.
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Dream, dream, dream
O que me conforta é a possibilidade de, um dia, os actores de todas as séries dos Morangos com Açúcar organizarem um suicídio em massa.
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Aguenta
Uma novela da TVI recebeu um Emmy. Fica a faltar o oscar para um filme do Taveira.
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Ó se é
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades de ir à casa de banho.
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Garganta Funda
Vi uma actriz porno estacionada em segunda pila.
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Olha olha II
Os estrábicos acreditam no amor à primeira vista torta.
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Tipo focas
Acho que ainda há um nicho de mercado para o porno com animais marinhos.
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God Shave The Queen
Os monárquicos flatulam gases nobres.
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O nojo
Se o cancro tivesse som, esse som era Jonas Brothers.
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Nip, Tuck
Manuela Moura Guedes é a prova viva de que os cirurgiões deviam treinar mais. Em cadáveres. Tipo Lili Caneças.
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Grim Ripas
Estava pela hora da morte mas atrasei o relógio.
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Pois foi
Pendurei um candeeiro no meu tecto salarial.
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Tu Ó Bófia
Os polícias de merda, sinalizam o trânsito intestinal?
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Eles comem tudo (até miúdos)
A bebida do vampiro pedófilo - Cappuccino Vermelho.
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Descarga
Nunca puxo o autoclismo sem uma ordem de despejo.
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Justin Bibi
Para o Natal quero que o Justin Bieber visite o Carlos Cruz na prisão.
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Music?
Aposto que a sigla do canal MCM quer dizer Mas Ca Merda.
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Fernando Mendes
No país dos gordos impera a lei do mais forte.
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Bagasse
Uma saúde de ferro, só com bagaço inoxidável.
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Terceira Idade
Para ser politicamente correcto chamo o ferro-velho de ferro-idoso.
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Duro de Matar Várias Vezes
Não fosse o Steven Seagal os endireitas estavam todos no desemprego.
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Realmente
Se Maomé não vai à montanha... who gives a shit?
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Agri-doce
O agricultor que se aposenta, vai para a reforma agrária?
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Bué Fashion
Os estilistas fazem puzzles com peças de roupa.
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Liver Dance
Bebo para esquecer a ressaca do dia seguinte.
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Zoológico
Sou contra a violência com os animais. Só como pato de não-agressão.
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Peso Certo
Faço jogging com gordos para me sentir em boa forma.
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Deveras
Cãibra tem mais encanto na hora da despedida.
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Prémio Pessoa
As casas dos escritores, são habitações literárias?
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Cinco dó Tubro
Provérbio republicano: rei morto, rei morto.
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Carcanhol
Ando a nadar em dinheiro, mas as moedas de um cêntimo arranham-me os braços.
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Se calhar
Quanto o racionalista tem frio, cobre-se de razão?
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Little Red Riding Hood
Capuchinho Vermelho: belos tempos em que se davam aos filhos nomes de peças de roupa.
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Coffin & TV
Estou cada vez mais certo de uma coisa - a minha máquina de lavar tem programas melhores que a televisão.
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Elder
Meti os meus bons velhos tempos num lar da terceira idade.
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Poo
Quem não consegue fazer cocó, é prisioneiro de ventre?
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Friday, 19 November 2010
Cthulhu Roberto Pimenta
Decorria o ano de mil oitocentos e bardamerda quando, para surpresa dos pais, Cthulhu Roberto esteve para não nascer. Depois lá nasceu e pronto, fez-se homem. Vá, pronto, não se tornou mesmo num homem, mas qualquer merda lá pelo meio. O seu progenitor, numa viagem de negócios que fizera à Idade Média, contraíu lepra. No regresso, ao sacudir a pila durante uma mija, viria a ficar com o órgão sexual às peças.
Desde cedo Cthulhu compreendeu o esforço dos pais para que ele estudasse. Logo ele, que tinha nascido com cara de cefalópode. Cthulhu sempre tivera estranhos hábitos. Por exemplo, apreciava esmurrar a entrada do ânus quando as vontadinhas não lhe eram feitas. Outras vezes, gostava de bochechar com betadine e cuspir o resto da solução pela janela, acertando regularmente no carteiro.
Mesmo com aquela cara de lula, aventurou-se no mundo da tauromaquia. Vá, tornou-se forcado. Aos vinte e três anos havia já partido sete costelas e lesionado gravemente o fígado, num choque frontal com vinho tinto carrascão. Notabilizou-se pela escrita de duas das maiores obras literárias do século não-sei-quantos: um panfleto taurino da Feira da Golegã e uma mensagem sms de apoio a um ex-amigo sidoso, que dizia assim: "Forxah, tuh konxeguex venxer! LOol!"
Aos 35 anos foi destacado para a guerra, embora não se saiba bem qual. Sabe-se, isso sim, que voltou de lá sem dois braços, duas pernas e uma orelha. E pergunta-se o leitor "mas como é que o narrador sabe destas coisas"? O narrador responde, como um cavalheiro do caralho que é, que sabe disto porque neste momento, no nevoeiro de bactérias analmente penetradas que é a vida, encontra-se a pisar, com o auxílio de uma bota de biqueira de aço, a ponta do escroto de Cthulhu Roberto. Depois disto, penso que poucas dúvidas existam de que sou uma pessoa de bem.
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Wednesday, 17 November 2010
Monday, 1 November 2010
Friday, 29 October 2010
Pérolas Kitsch #1
Como diz o outro, de meter medo ao susto.
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Friday, 22 October 2010
Wednesday, 20 October 2010
Regresso ao Passado

De cabeça baixa mas de olhos apontados às estrelas, avistando o céu num olhar sonhador, assim mantinha ele essa esperança cinzenta, mergulhada num baço nevoeiro ilusório. Quantos planetas, estrelas, constelações... que vida haveria neles? Era desta forma que Martim McMosca se perdia na imensidão desse uísque rasca que comprara no Minipreço. Bebia-o em pequenos goles, lentos, sentindo-lhe esse gosto amargo - o travo da solidão que conhecia bem.
Com o peito carregado de desilusões e remorsos, nada mais restava a Martim McMosca senão escrever. Registar, documentar, como forma de exorcismo dos seus erros irreparáveis, resultantes dessa fantasia escapista chamada DeLorean. Que mais eram aquelas viagens ao futuro, questiona-se hoje Martim, senão uma tentativa de escapar ao passado? De ignorar o presente?
Viajando pelo tempo, numa invenção do Doutor Américo ou na sua imaginação, Martim perdeu a vontade, o livre-arbítrio, e passou a viver num futuro e não no presente. E o futuro que um dia viu, nunca chegou a sê-lo. Por isso senta-se agora entre dias banais na esplanada do café "O Borra-Botas", observando a rotina daqueles que vivem do presente. Como ele gostaria de ter feito o mesmo, mas deixou escapar o futuro entre os dedos. Resta-lhe pois o pó dos livros, o testemunho inútil e desiludido nos seus poemas, que escreve para esquecer a monotonia do seu coração adormecido entre tempos. Um testemunho do que não foi e poderia ter sido. Saudade, na sua mais corrosiva forma.
Chegou a primavera e ouve-se na rua o chilrear dos pássaros. Esses mesmos pássaros que seguem também largando poias na calçada, carros e volta e meia na cabeça dos transeuntes. Martim observa da janela do seu bafiento quarto a beleza do mundo exterior, e decide-se em sair à rua. Caminha pelas ruas estreitas da cidade ao acaso, deslocado, como o homem na multidão de Poe. Ao seu largo vê passar um mundo que não lhe pertence, que não conhece, que não é seu. A sua condição solitária, reforçada pela sua falta de higiene, isolam-no do resto do mundo, e se não isolam é bom que o façam, já que às vezes tresanda mesmo dos pés.
Mas é com aquele cabelo desgrenhado, as botas encardidas e as unhas no tom castanho de quem andou a coçar o cu que, numa esquina, avista um anjo. Ou pelo menos assim lhe terá parecido.
'Jennifer,' disse Martim McMosca. 'Então, estás gorda?'
Jennifer não lhe respondeu, sorrindo apenas. A cara de Martim avermelhou.
'Desculpa, sabes que não sou bom nas palavras. As coisas só me saem bem nos poemas.'
'Não faz mal', disse-lhe Jennifer.
'Queres ir tomar um café?'
'Pode ser,' disse Jennifer.
Mas não o disse por gosto - talvez por piedade cruel para com este pobre ser moribundo.
Falaram das coisas que fizeram nos últimos vinte e cinco anos. De outros amores, de idas à praia, do facto de Martim se recusar em tomar banho. Até que, no meio da conversa, Martim se reconciliou com a expressão oral. Da sua boca saíram todas as palavras que há muito tempo queria que Jennifer ouvisse. Disse-lhe como viveu demasiado tempo no futuro, esquecendo o presente. Disse-lhe que por pensar que esse futuro estava já determinado pelas leis do universo, não insistiu mais no amor que os unia. Disse-lhe que viajava ao futuro para tentar esquecer o passado. Disse-lhe que sempre viveu em dois tempos e nenhum deles foi o presente. E que mesmo o seu passado fora um pretérito imperfeito.
Jennifer ouviu com atenção, e com o coração batendo depressa, sorriu-lhe. Então, um enorme estrondo se ouviu na rua, e um burburinho entre os transeuntes. Mas Martim McMosca reconhecia aquele barulho.
'É o DeLorean', disse a Jennifer. E precipitou-se para o exterior do café.
Do DeLorean estacionado no meio da estrada, Martim McMosca viu sair um jovem Martim. O jovem Martim dirigiu-se de imediato ao mais velho.
'Venho dar-te uma mensagem, velho Martim McMosca', disse o jovem.
'O que é?'
'Deves sair da casa onde vives, senão dentro de seis meses vais lá morrer incinerado num incêndio.'
Ao ouvir isto, Jennifer aproximou-se do mais velho Martim, enroscando o seu braço no dele.
'Não,' respondeu o mais velho Martim. 'Chega-me de viver dependente do que acontece no passado e no futuro. Desta vez, vou viver no presente. Tudo o que preciso, está aqui. Este cocó de pássaro no passeio, o cheiro a frango assado ali da churrasqueira, o hálito a morto do meu senhorio.'
E, ajoelhando-se, disse:
'Jennifer Patrícia, casas comigo?'
O Martim McMosca mais novo achou tudo aquilo deveras patético. Jennifer sentiu um arrepio na espinha, provocado por um pingo de água que caíra duma varanda. Então respondeu ao pedido de Martim.
'Martim', disse-lhe. 'Casarei, mas com duas condições: Primeira - tomas banho todos os dias. Segunda - fazes aquilo que o teu Eu mais novo disse e mudas de casa. Morreres incinerado e saberes que isso vai acontecer não me parece muito inteligente.'
Na cara do mais velho Martim McMosca desenhou-se um enorme sorriso, e levantou-se segurando as mãos de Jennifer. O mais novo Martim McMosca, que assistira àquele nojento momento de piroseira, vomitou na calçada a caldeirada de lulas do almoço.
Ao casamento de Martim e Jennifer McMosca veio gente de todo o lado, tempo histórico e verbal, como perturbadoras memórias vestidas em roupa da Fabio Lucci. Martim já não cheirava a bedum e chulé. Já Jennifer, continuava asseadinha.
À porta da igreja, um veículo espera pelo mais novo Martim McMosca. O jovem Martim despede-se dos noivos com um enorme abraço e, dirigindo-se ao DeLorean, recorda o que aprendeu nesta viagem que fez no tempo: um gajo deve, sempre que possa, lavar os pés.
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Thursday, 14 October 2010
Autoclismo Ribeiro
Filho de Sanita Ribeiro, professora de Educação Visual na Escola Básica Shôr Doutor Engenheiro Exmo. Monte de Merda, Autoclismo nasceu a 25 de Abril de 1974. Pelo facto de se ter dado uma revolução no dia em que completava dez anos, nunca perdoaria o país que o vira nascer. O roubo de protagonismo e a substituição do habitual "Parabéns a você" pela cantiga "Grândola Vila Morena" foram marcas da sua infância.
Como tal, aos treze anos decidiu enveredar pelo mundo do crime. Começou como carteirista, fazendo depois alguns assaltos à mão armada. Terminou na política. Numa acção de recrutamento do PTP (Partido Tachista Português), juntou-se à juventude partidária do mesmo e notabilizou-se no assalto ao erário público. Em 1992, foi convidado a pertencer ao governo de Verosímil Antunes, como ministro do Turismo. Segundo o secretário-geral do partido, Autoclismo Ribeiro possuía as habilitações necessárias para o cargo - o décimo-segundo ano completo de praia e um primo em Peniche.
A sua passagem no sector do Turismo foi reconhecida pelos analistas - entre os quais o professor Mamaçal - como uma das melhores da história do país. Investiu em viagens para os seus filhos a Angola, Moçambique e Serra Leoa; para os seus primos numa volta ao mundo em 365 dias e para os contribuintes numa volta ao bilhar grande.
Em 1997, após ser apanhado a conduzir sob o efeito de Claudisabel, agrediu um agente da autoridade com uma cana de bambu. O agente em causa viria a falecer setenta anos mais tarde, vítima de arterosclerose dupla com tendência a triplicar.
Já no ano 2000, Autoclismo viria a constatar finalmente estar na posse de uma pança que o impedia de visionar a pila. A nostalgia e saudade geradas por estes acontecimentos levaram-no ao vinho tinto e eventualmente às casas de putas. Numa rusga da Judite Policiária, em 2002, Autoclismo Ribeiro foi apanhado a conversar com um árbitro de futebol. Viria a falecer em 2006, após escorregar no tapete da casa de banho e bater com a nuca no bidé.
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Wednesday, 13 October 2010
Monday, 11 October 2010
Manual de Grosseria e Maus Modos #4
O Guardanapo

por Lúcio Prepúcio

Para mais detalhes acerca da história do guardanapo, aconselha-se a leitura do volume Mas Quem Caralho é Que Inventou o Guardanapo, Foda-se?, de Barbítrio Ramelas e publicado pela Zarabatana Edições.
O que é?
As ocasiões em que tem de conviver com a espécie de hominídeos da qual faz parte mostram-se particularmente desgastantes. Quando enfrenta um ser que hesita em tomar banho, limpar as unhas ou a cera dos ouvidos, deve estar preparado. Mas claro, nada isto tem que ver com o assunto do guardanapo e já me vejo pois a divagar.
O que é? (Agora a sério).
O guardanapo trata-se de um objecto a que deve dedicar particular atenção nas ocasiões sociais. Convém sempre recordar que, na ausência do papel higiénico lá em casa, o guardanapo mostra-se quase sempre como a segunda alternativa mais viável. Justifica-se pois falar do guardanapo como o Paulo Bento dos papéis para limpar o cu - não é bem o que se quer, mas desenrasca.
Como é que uma pessoa lida com isto do guardanapo, do princípio ao fim?
Ora cá vai. Primeiro que nada, deve sentar-se à mesa.
Ao sentar-se, coloque o guardanapo no colo. O guardanapo no colo mostra-se útil especialmente quando você tem pedaços de comida na boca que lhe apetece cuspir e não sabe para onde o fazer. Pois bem, encha o pulmão de ar e faça uma bonita figura.
Como segunda opção, deixe o guardanapo no prato. Quando o empregado chegar com a sopa, diga-lhe que pertence à religião do Guardanapismo Contemplativo. Com o empregado já furioso, sugira que ele lhe coloque a sopa num copo de imperial. Se ele achar esquisito, diga-lhe que esteve em Paris e que por lá é o que está a dar.
Se nenhuma das duas primeiras opções lhe agradar especialmente, faça uma bola com o guardanapo e atire para a sua sopa. Depois chame o gerente e diga-lhe que foi aquele empregado mal encarado do costume. Não tem qualquer espécie de utilidade, mas certamente ajuda à intriga quando as coisas estão a ficar aborrecidas.
Sentei-me e já comecei a enfardar as entradas. E agora?
Acalme-se. Respire fundo e, com as chaves de casa, aproveite para coçar a virilha esquerda. Deve ter sempre atenção ao guardanapo antes de se sentar. Quando chega a uma ocasião social é importante que localize de imediato e o guarde. Se quiser limpar a boca antes, faça-o à toalha de mesa ou à camisola de um amigo, principalmente se o amigo for daqueles betos que vestem camisolas com o boneco do crocodilo.
Como dobrar?
Têm surgido ao longo dos anos diversas discussões académicas acerca de como dobrar o guardanapo. Farfalário Cegonha, por exemplo, sugeria a aplicação da arte do origami ao guardanapo, enquanto Godofredo Arquimerdas defendia a transformação do guardanapo em aviãozinho de papel. No caso de se tratar daqueles guardanapos com a inscrição "Bom Apetite" que se encontram nas pastelarias, Parragão Sobroca aconselha a serem guardados para mais tarde, numa ocasião em que faltem mortalhas para enrolar ganza.
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Saturday, 9 October 2010
Espectaculares Aldeias Inexistentes Cujo Nome é Homófono de Metrópole #2
Nove-A-Iorque.
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espectaculares aldeias inexistentes com nome homofono de metropole
Fei Quem paire
Em Roma, sê romeno (deixa os gajos furiosos)
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Penso eu de que
Se Manuel Alegre bate a bota, a esposa vira viúva Alegre?
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Monarchy in the Iu Quei
O Buiça só quis ver se aquilo do sangue azul sempre era verdade.
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Maravilhoso
Música no coração é ter um iPod no pacemaker.
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Eles comem tudo III
Os vampiros enfeitam a casa com vasos sanguíneos.
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Grand Vitesse
Se o TGV morrer, passa a comboio fantasma?
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Gipsy Kings
Os ciganos expulsos pelo Sarkozy já foram à Roménia chamar os primos - prepara-se uma invasão da França por carrinhas Ford Transit.
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Ora São
Trata-se Deus por Senhor que ele não quer cá confianças.
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Casa Pia
Agora quando uma velhota vê a juventude a portar-se mal, em vez de invocar Salazar, diz: "Isto fazia cá falta era um Carlos Cruz."
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Frozen... food
Se a Madonna deixa de trabalhar, vira Madonna de casa?
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Cartas de Amor
O Gambit dos X-Men joga à batota quente.
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Kispo
O Papa condecora Cavaco e esquece-se do Bibi. O mundo está repleto de injustiças.
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Eles comem tudo II
Pessoas de sangue frio - os vampiros adoram, mas só no verão.
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Let's Hunt and Kill...
O Justin Bieber é um Michael Bolton mas sem pêlos púbicos.
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Dilema
Se o Neo tomasse o comprimido azul andava os dois filmes seguintes com um alto nas calças.
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Ora tomem
Queriam pregar-me uma partida mas eu preguei-lhes uma chegada.
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Ca Ró Sell
A vida dá muitas voltas, uma pessoa enjoa.
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Santíssima Trindade e Tobago
Os católicos bebem sumo-pontífice.
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Espantalho
Contratei um gang de corvos para assassinar o Zé Milho.
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Salta Como Uma Truta
As prostitutas lavam-se com água putável.
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Imortal my rabo
A Esperança é a última a morrer. Já te fodeste, Connor MacLeod.
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Square Rute
O cabelo dos matemáticos tem raiz quadrada.
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Messias com Surro
O Jesus caminhava sobre as águas porque não gostava muito de tomar banho.
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Puxa
Lili Caneças faz cover de Black Eyed Peas - "I Gotta Peeling"
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Eles comem tudo
Se não se acaba com os chumbos nas escolas, não vejo os vampiros da Lua Vermelha a acabar o secundário.
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Ortografia
Fã número um de pessoas que escrevem "aconte-se."
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Será?
Um bolo semi-frio, não está também semi-quente?
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Fantástico Fóre II
O Senhor Fantástico tem patilhas elásticas.
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Não merda
O país dos hipocondríacos é a Arábia Saúdita.
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Oi!
Quem sofre de ejaculação precoce devia fazer amor na sala de espera.
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Olympique
Os atletas bem educados praticam o salto em cumprimento.
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Bate Como Uma Batuta
Compro sempre sumos de prosti tutti.
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O Meu Coração Palputa
As casas de alterne têm um relações-púbicas.
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Doc Gentil Martins
Conheço uns gémeos siameses que andam sempre pegados.
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Veronício Pirata
Nascera no ano de 1968, debaixo da saia de uma velha que cheirava distintamente a mijo. Desde cedo revelou dotes que levariam muitas pessoas a classificá-lo de atrasado mental, embora pudesse até ser classificado de adiantado mental, uma vez que os seus problemas psicológicos se mostravam algo avançados. Como prova disso, aos 10 anos ainda colava macacos na traseira dos sofás lá de casa e dava joelhadas na sua própria testa.
Teve uma relação algo tumultuosa com o seu primo Farinha, que era estrábico, porque nunca sabia se ele falava consigo ou com a pessoa do lado. Em 1980 completou o sexto ano de escolaridade mas chumbou a Ciências Naturais - ainda hoje possui a certeza de que as células presentes no sémen se chamam "esperma de zóide." Para seu grande azar, perdeu uma perna no Ultramar três minutos após a guerra acabar. Perdeu ainda um olho em Alcácer-Quibir e a virgindade em Alcácer do Sal, com um cão de fila.
Aos 14 anos pensou em optar por uma carreira no contorcionismo, ao observar que os praticantes da modalidade tinham a invejável capacidade de lamber a pila. Rapidamente desistiu, com medo de partir a espinha. Ingressou num curso para homens do lixo em 1992 e em 1996 já havia sido promovido a técnico de higiene urbana. Teve três filhos e um hamster, que morreu na última quinta-feira com uma overdose de queijo da ilha. Actualmente tem como passatempo corridas ao pé-coxinho. Os filhos descrevem-no como um bom homem, sobretudo quando está a dormir.
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Thursday, 23 September 2010
Monday, 20 September 2010
Favas à Camões

As favas e os feijões assimilados,
Que da imortal tasca lusitana,
Saíram ares nunca de antes farejados
Flatulências de chegar à Taprobana
Os intestinos em guerra esforçados,
Mais do que a prisão de ventre prometia,
E em casa de banho remota edificaram,
Novo cocó, que tanto sublimaram.
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Thursday, 16 September 2010
Inimigo Imaginário #2

Lembras-te, meu caro, quando eu achava piada ao Nuno Graciano? Sim, de facto já lá vão uns anitos desde que o cocó deixou de constar da minha alimentação. Felizmente que me deixei disso e, na adolescência, me dediquei a uma actividade bastante mais proveitosa: a masturbação. É. Tudo começou quando o Filipácio Pirata me contou que andava, nas suas palavras, a "esgalhar o pessegueiro". Deveras bonito. Como resultado, "bilhar de bolso", "esticar as peles", "espancar o macaco" e "aquecer o salame" foram alguns dos belos sinónimos que aprendi para esta singular e muito útil actividade. Fazem amanhã quinze anos que me iniciei nisto. Desde então que, uma vez por dia, me dedico a espalhar semente por meias da raquete rotas das unhacas. Pouco higiénico, dirão alguns. Artístico, digo-o eu.
Há algumas décadas, padres (e outras pessoas com hálito putrefacto) insistiam que "bater uma" (eis mais um belo sinónimo) cegava. Tentavam mesmo convencer algumas pessoas de que a modalidade fazia pêlos nas palmas das mãos. Nesta questão só posso falar por mim, e estou em condições de revelar que ainda não notei merda nenhuma. De certa forma, parece-me até caricato acreditar que um tipo se transforma num lobito adolescente - tal qual Michael J. Fox sem Parkinson - por causa de aquecer o salame. Mas pronto, quem acredita em virgens que dão à luz, acredita em tudo.
Se abdicarmos do pouco tempo que dispomos para pontapear velhas e pensarmos um pouco, com isto do bilhar de bolso já matei mais gente que o Hitler. Parece-me então justo afirmar que cada meia da raquete pode encerrar, em si, pequenos holocaustos - o que me coloca no interessante patamar dos assassinos em massa, junto a Hitler, Estaline e Roberto Leal.
O Nuno Graciano nunca teve piada, eu sei. Mas o Camilo também não - e é vê-lo, todo pimpão, a apalpar gajas com menos 50 anos que ele. Chama-lhe parvo.
Há quem, inclusive, me tenha tentado convencer de que o Nuno Graciano dava um bom actor para o filme do Hitman. Era algo que tinha gosto em ver. Isso ou vê-lo ser esbofeteado por uma pila africana.
Talvez um dia, quem sabe, estes sonhos se tornem reais. Até que nem era mau.
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Wednesday, 15 September 2010
Sunday, 12 September 2010
O Diário de Pau Arranjer #8

Ena Diário, tá a bonita! Tenho grandes notícias homem, vou-me casar!
É verdade, tive de dar uma volta de noventa graus à minha vida. Digo noventa porque não gosto de mudanças radicais (como exigia uma volta de cento e oitenta graus) nem de voltar ao mesmo sítio (como exige uma volta de trezentos e sessenta). Uma coisa é certa Diário, vou-me casar e nem tenho grande vontade. Sabes como sou, prefiro estar muito bem gozando um sol de inverno pela janela e colando macacos no céu da boca do que a fazer essa coisa de contrair matrimónio.
Nada disto, como deves e bem calcular, aconteceu de propósito. Como me disse o Hulque, na sua sapiência, coloquei o pénis em púbis feminina alheia. Pelo menos alheia a mim, que não a conhecia. Agora também não a conheço, ou se conheço não me lembro, era tal a quantidade de álcool que tinha no sangue. Nunca esteve, nos meus planos, casar. Nunca. Sempre pensei que ia toda a minha vida ser um carrossel de festas do Avante a ouvir reggae e a fumar ganzas. Mas não, a minha pila havia de estragar tudo. Ainda dizem que alguns homens só pensam com a pila... Olha, eu sinto-me feliz por, pelo menos a minha pila, pensar. É que a única pessoa com possibilidades de encontrar um neurónio neste meu cérebro deve ser um arqueólogo.
Nunca pensei casar, Diário. Muito menos, casar com uma daquelas gordas iguais às dos vídeos do youporn. Mas assim aconteceu, e quem sou eu para negar tal divino presente. É todo um ciclo vicioso, o fígado não me filtra o álcool e o cérebro não me filtra as gordas. O que vier, calha.
Enfim Diário, talvez seja melhor assim.
Sabes o que me conforta no meio disto? Chegar um dia, idoso, com os netos aos meus pés lambendo a carpete suja de cocó de gato, e não me lembrar de nenhuma destas coisas. Sabeis porquê Diário? Porque, felizmente, há alzheimer!
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A Tabacaria

A primavera acabara de chegar, e com ela, os calções, as alergias e alguns sovacos por depilar. No ar há um distinto odor a marisco - ou pelo menos aparenta-o - que pode afinal ter a sua origem em meia-dúzia de virilhas pouco dadas à higiene. Ainda assim, nas grandes narinas de Abílio Esteves, nenhum desses odores tem autorização para entrar. À entrada da sua tabacaria Abílio degusta, inspira e expira, o fumo de uma cancerígena cigarrilha. Os novos tempos, repletos de ASAEs e corporações derivadas, impedem que a sua tabacaria cheire, efectivamente, a tabaco.
Desde miúdo que aprendera com o seu progenitor as virtudes que o fumo de um cigarro encerrava. Lá em casa qualquer hora servia para se acender um cigarro. O seu pai servia-se dele como de um ambientador, para disfarçar os mais variados cheiros, da flatulência ao malogrado chulé. O pai de Abílio tinha porte robusto e pulmões pretos, e sempre se recusou a utilizar incensos. Era "coisa de monhés," dizia ele. E assim era. A cada flatulência, a cada arroto, a cada discurso de Salazar, Barbitúrio Esteves respondia com um cigarro. Na clandestinidade vivera o seu pai, e agora, também ele assim se sentia, como um clandestino, um fora-da-lei.
Cada cigarro fumado justificava o olhar atento sobre aquela sociedade robotizada e dava-lhe tempo de sobra para observar os pormenores. As pastilhas elásticas coladas na calçada, os trolhas de manga cava, a mulher que mantinha diálogos filosóficos com o seu cão. Era aquele o seu mundo, o túnel através do qual via a realidade dos dias monótonos, com os olhos avermelhados pelo fumo do tabaco e volta e meia uma ganza.
Toda a gente tem um sonho. Seja cortar as unhas ou fazer higiene oral por uma vez que seja, todos sonham. Muitos têm mesmo sonhos húmidos e vêem-se obrigados a mudar de cuecas pela manhã. Não era o caso de Abílio. Os seus sonhos eram consistentes, secos e perfeitamente alcançáveis. Tratava-se, aliás, de apenas um sonho: abrir uma casa de putas. Não, não era um "bordel". Abílio chamava-lhe "casa de putas" e explicava o motivo. Porque a palavra "casa" atribui à coisa um ar de familiaridade, como o miúdo na Cerelac e o cão nos Chocapic; para ele, "casa de putas", gerava no incosciente do cliente a fátua ilusão de que ali ia para constituir família. Pena que não. Tudo estava cuidadosamente planeado. Brasileiras e Ucranianas, sendo que as primeiras haveriam de ter nomes de personagem de novela dos anos 80 e as segundas dotes de patinadora. Preparava ele, no seu sonho, uma casa de Isauras, Tietas e Grovetkas. E Abílio queria ser, no fim de contas, o Rei do Gado.
Todos esses pensamentos de uma vida a gerir putedo geravam em si uma enorme esperança. Por isso os partilhava com o seu melhor amigo, Otomano Mendes. Otomano começou como empregado de balcão, carpinteiro e homem do lixo. Um dia descobriu finalmente a sua vocação - escritor - quando recebeu o prémio literário de Prepúcio de Cima pela sua obra "A Dama das Auto-Estradas". Desde então, escreve contos eróticos para a revista Maria e cenários apocalípticos para a revista Sentinela. Ao balcão, ambos liam jornais desportivos intercalados com a revista Gina. Era uma das questões pela qual Abílio sentia maior desprezo: a de uma tabacaria ter de vender revistas, e não apenas tabaco, para sobreviver.
«Já te falta muito?», perguntou Otomano.
«Pra quê?», respondeu Abílio.
«Para aquilo das gajas, pá», explicou Otomano, folheando o jornal.
«Mais uns mesitos e a coisa compõe-se», disse Abílio, espreitando por cima do jornal. «E o livro, já tem título?»
«Ando a pensar num - "O Ataque dos Dinossauros com Herpes"», disse Otomano.
«Parece bonito».
Os dias na tabacaria eram sempre iguais e Abílio sentia que não era nada, nunca seria nada, e não podia querer ser nada. À parte isso, fumava cigarros para disfarçar os peidos.
Quarta-feira, de manhã cedo, e Otomano espera à porta da tabacaria por Abílio. Já faz meia hora que ele a devia ter aberto. "Algo deve ter acontecido", pensa Otomano. Então, o carro de Abílio estaciona mesmo à sua frente com o amigo lá dentro. De vidro aberto, fumando um cigarro e ouvindo o tema "Vai ter que rezar" de José Malhoa, encontra-se Abílio. Otomano aproxima-se.
«Então, pá?», diz-lhe.
Abílio tem o ar pesado de quem acabou de fazer amor com uma Simara quando era gorda.
«Assaltaram-me a casa», diz Abílio.
Otomano deixa escapar um "foda-se", e senta-se no passeio, pousando o cu mesmo numa pastilha elástica.
«Levaram-me o dinheiro todo, os cabrões.»
«Das putas?»
«Sim»
«Foda-se»
Arrastando-se como um cadáver com cheiro a tabaco, Abílio saiu do carro e fechou-lhe a porta, que dava também para os seus sonhos. "Falhei em tudo," pensou, e voltou à rotina da tabacaria. Ali permaneceram, ele e Otomano, fumando cigarros à porta da loja. Calados, deixavam-se julgar pelo imponente sol e contribuíam, enquanto pudessem, para o aquecimento global.
Tudo voltara à monótona normalidade no mundo de Abílio: o fumo do tabaco continuava a ocultar os seus hediondos peidos, as pastilhas elásticas continuavam coladas à calçada e os trolhas continuavam de manga cava. "Que mundo mais pílulas", pensava Abílio.
Estava uma manhã coçando levemente os tomates com um busca-pólos quando, sabe-se lá porquê e de onde, um adolescente de mochila às costas entra na tabacaria e imediatamente desmaia. O seu trombil, a julgar pelas amolgadelas e nódoas negras, havia sido amassado por alguém com razoável força de punhos. E decerto, alguma pontaria.
Abílio tomara a decisão, inicialmente, de o deixar apodrecer ao sol. Então Otomano chamou o amigo à razão, e Abílio acabou levando-o para sua casa. Colocaram-lhe gelo nas nódoas negras e betadine nas feridas. Ali ficaram um bom bocado, olhando o rapaz de tromba amassadas, enquanto fumavam um SG Ventríloquo cada.
Abílio levou-lhe a mochila para o seu quarto e encostou-a a um canto. Quando ia a fechar a porta, notou algo no chão - uma nota de cem euros. Voltou a entrar no quarto e pensou de onde ela viria. Olhou a mochila do miúdo, e não se deteve: abriu-a de imediato. Lá dentro encontrou o que mais temia, todo o dinheiro que havia sido roubado para a sua casa de putas.
«Filha da puta,» disse.
Entretanto, na sala, o miúdo (que se encontrava deitado no sofá) acabara de abrir um olho. Ainda meio atarantado, sentou-se no sofá. Otomano observava-o, de uma cadeira, enquanto fumava cachimbo. O adolescente olhava à volta, e parecia conhecer aquela sala de algum lado, mas de onde?
«Onde é que estou?», perguntou.
«Numa grande merda,» respondeu-lhe Abílio, que entrou na sala e, de rompante, o agarrou pelos colarinhos.
Otomano permanecia sentado numa cadeira, fumando cachimbo, sem compreender tudo aquilo. «Com que então entras na minha casa, roubas o dinheiro que demorei anos a juntar e agora ainda recebes tratamento na casa que roubaste??!!»
«Eu... Eu posso explicar», disse o miúdo. «A minha avó está muito doente, precisa de uns pulmões novos. Só roubei a sua casa por causa disso».
Abílio largou os colarinhos do adolescente, do seu maço de tabaco puxou um cigarro, e acendeu-o. O miúdo olhava para ele, com cara de parvo. Nisto, num movimento fulminante, Abílio manda-lhe uma pêra na cara. O miúdo cai no chão.
«A tua avó que fume menos», disse Abílio ao miúdo inconsciente.
Otomano, por sua vez, ficou perplexo perante tudo aquilo. Foi então que, desligando o ser humano e ligando o escritor, compreendeu - nem todas as histórias podem acabar bem. Pelo menos para alguns, que para Abílio o futuro revela-se todo um esplendor de chuvas douradas e doenças sexualmente transmissíveis.
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
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estórias do catano
Saturday, 14 August 2010
Tuesday, 3 August 2010
Um Post Político

Três posts seguidos sobre Vieira, aqui no Pénis. É obra, mas Vieira merece. E Portugal merece um presidente como Vieira.
Que é isso de ter um presidente poeta comparado com um presidente "Pintor, Escultor, Músico, Político, Actor, Cantor, Compositor, Escritor, Palhaço, Designer, Realizador, Performer, Empresário, Coreógrafo,Visionário e Shaman"?
Assina. Por Vieira. Por ti. Pelo bagaço a património da humanidade.
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coisas estúpidas
Friday, 16 July 2010
Thursday, 15 July 2010
Álbuns do Pénis #1

Anos 90. Década de ouro que incluiu Big Show Sic, vestuário do piorio e os Limp Bizkit. Quatro anos antes, Portugal assinara juntamente com a Espanha a sua adesão à CEE. Salazar já lá ia, o rock português tinha nascido na década anterior e havia esperança de prosperidade para um país de terceiro mundo que queria ser de primeiro. E é num tom quase messiânico que surge Enapália 2000, primeiro álbum dos Ena Pá 2000, grupo liderado por Manuel João Vieira.
A capa transporta consigo o espírito dos anos 90: os membros da banda numa pose digna daquelas fotografias de casamento que se resgatam na poeira adormecida dos sótãos. As roupas kitsch. O novo-rico boçal que já veste fato e gravata mas a quem a classe sempre falta. As estrelinhas da bandeira europeia, símbolo de fundos para uma população que esteve quarenta anos a passar fomeca e está danadinha para estoirar massa. "Eu quero a minha conta bancária na Suiça, para meter lá a minha linguiça" é o manifesto de um Portugal verdadeiro, de um Portugal preguiçoso, boémio e a feliz com isso, o contrário da mentalidade organizada e moderna que muitos tentam ainda vender.
A quinta faixa do álbum, Bahum, trata-se uma narrativa em modo noir contada por um presumível detective privado que anuncia "saí à rua, em busca do velho deus whisky" transpira a realidade do novo-rico e das cunhas em "Quero vir na capa das revistas/ Quero andar nos copos com os artistas", "Não quero mais viver em Chelas ir à Costa no Verão/Quero um andar no Bairro Alto e uma quinta em Azeitão", "Quero ter um Lincoln dos antigos para fazer/inveja aos meus amigos" e "Quero um emprego compatível com a minha posição/ o que me vale é um padrinho que tenho na fundação", culminando na mítica afirmação "Quero subir à primeira divisão da vida social".
A crítica social disfarçada de imbecilidade, associada a uma musicalidade irrepreensível, cria um marco musical ainda injustamente ignorado ou subvalorizado no panorama nacional, pelo seu género humorístico. Os ingleses chamar-lhe-iam "juvenile" porque tem uma essência descomprometida e pura. Rara. Clássicos como "Bonita Troglodita", "És Cruel", "Menina Azul", "Sexo na Banheira" e "Marilu" ainda anseiam pelo devido reconhecimento. Há uma atmosfera de alegria até agora só encontrada no "Pet Sounds" de Beach Boys. Como canta Manuel Vieira, "com duas letrinhas apenas se escreve a palavra cu, mas são preciso seis para escrever Marilu". Nunca foi tão simples amar e ser feliz.
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Witchdoctor Octopus
Pinto da Costa também tinha um polvo que adivinhava resultados.
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Cola sem gás também diz que é bom
A polícia do Imodium prendeu-me os intestinos.
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Senior Mutant Ninja Turtles
És um homem ou és um rato? O Splinter das Tartarugas Ninja não sabe responder.
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Papel Secundário
Tenho um Pokémon que usa como poder cantigas da Adelaide Ferreira.
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Mas a parte do porno até é fixe
O spam está para o e-mail como o cocó para o pombo-correio.
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Triceratops
Estaciono no Parque Jurássico para fugir à EMEL.
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Ai Mi Névân
O Pinto da Costa tinha um anjo da guarda Abel.
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Haulass Hyena
Quando vislumbro a cara de Carlos Tévez sinto-me incapaz de sentir pena dos cegos.
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Saturday, 3 July 2010
Diário de Pau Arranjer #7

14 de Agosto de 2009
Diário pá, faz tempo que não te vinha visitar homem. 'Tás bonzinho ou quê? Olha, ando a aproveitar o verão, sabes? Estou nas piscinas. Sim, aquelas dos escorregas tipo Ah-ca-parque. Nem vais acreditar quando te disser quem cá vi. Preparado? A Teresa Taborda. Não te lembras de quem é? Aquela rameira sebosa que foi da minha turma no sexto ano, pá. Sim, aquela que papava sete aldeões por intervalo. Sabes que mais? Continua com um trombil que muito deixa a desejar. Até digo mais, só estou a ver aquilo a procriar com um burro dos ciganos. Ou com o meu primo Rui, que é estrábico. De qualquer das formas a Teresa Taborda para se tornar sexy teria de colocar naquela face hedionda umas boas toneladas de base ou mesmo uma máscara carnavalesca. Estou a pensar ir ver um concerto de Tony Carreira amanhã, para ver se engato uma daquelas mulheres sabidas, que não se depilam desde o último Big Show Sic. Espero não encontrar por lá a minha irmã, aquela vaca. É que a gaja tem por hábito sabotar-me os encontros ao afirmar de forma leviana que o meu pénis é peso-pluma. Olha Diário, só espero que ela e o namorado tenham filhos deficientes. Bem, com aqueles pais, eles iriam ser deficientes de qualquer das formas, pois não é? O que sossega, no fundo, a minha intolerável existência, é o facto de me encontrar aqui perto da piscina a vislumbrar uma gaja com uma tatuagem de caracteres chineses acima do rabo. Está-se mesmo a ver: é puta.
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Saturday, 26 June 2010
Manual de Grosseria e Maus Modos #3
O Casamento

por Lúcio Prepúcio

O que vestir?
Convém salientar, antes de mais, que existem pessoas a quem a nudez assenta especialmente bem. Sei-o bem porque já tive a oportunidade de visionar assim de relance aquelas revistas em que senhoras aparecem nuas e aqueles sítios da internet onde senhoras se passeiam com pilas de canalizador na boca. Não é que partilhe um particular gosto por estas práticas; faço-o, principal e obviamente, por motivos profissionais e de pesquisa sociológica.
O casamento, como é apanágio, trata-se de uma ocasião especial. Como tal, os convidados do sexo masculino devem ir vestidos com uniformes do McDonald's. As mulheres (as que forem do sexo feminino) podem vestir-se como lhes der na real gana mas a indumentária mais comum costuma ser uma técnica de nudez parcial dos mamilos, nudez total do pipi e umas galochas vermelhas.
O noivo deve vestir-se de forma diferente dos outros convidados, sendo duas hipóteses o traje de campino ribatejano e um fato de treino ruço guardado no sótão desde a queda do muro de Berlim. Como acessórios deve transportar consigo uma caçadeira, um par de cornos e um corta-unhas. A caçadeira serve para a eventualidade de, tendo conhecido a noiva numa noite de copos, ela se revelar no dia da cerimónia feita como um borrego atropelado por uma charrua e mastigado por Cthulhu. O par de cornos trata-se de um importante elemento estético que se pode transportar facilmente na lapela ou lançar como bumerangue no final da cerimónia. Também se tem mostrado muito útil no que diz respeito a cegar pessoas. O corta-unhas costuma servir para uma muito útil actividade, ainda que algo rara entre a sub-espécie humana dos taxistas: cortar as unhas.
A noiva, quando possível, deve ir vestida de Quim Barreiros, com acordeão e um buço de seis anos a servir de bigode farto. Aquando da habitual pergunta do "Oiça lá, mas você aceita este homem e não sei o quê" é aconselhável que a noiva responda entoando os primeiros versos do tema "Chupa Teresa."
Nota: no caso da noiva padecer de nanismo, deve vestir-se antes de Saúl Ricardo e entoar "O Bacalhau Quer Alho."
Quem convidar?
Os noivos devem, sempre que possível, evitar convidar pessoas gordas. Não apenas por uma questão estética mas de segurança e equilíbrio do meio ambiente. As pessoas gordas consomem demasiados recursos, e nesses recursos estão como é natural incluídos aqueles cinquenta e quatro frangos assados que encomendou. Convidar uma pessoa com mais de cem quilos para a cerimónia - capaz de consumir um terço dos frangos assados - deve portanto ser entendido como um acto suicida. No caso de um dos noivos ser gordo, deve ser aberta uma excepção. No caso de ambos serem gordos, bem... como é que tencionam fazer amor?
Igreja ou Casamento Civil?
São casos diferentes. Em termos pessoais, tenho mais gosto pelo primeiro, em principal pela acústica. A acústica do lugar mostra-se importante sobretudo se alguém decidir que é boa ideia fazer um concurso de arrotos. Depois, é a casa de Deus e se você a sujar ele que a limpe, que é omnipotente. Há, contudo, uma advertência: não deixe as crianças perto de membros do clero.
O casamento civil é tão parolo como o casamento na igreja mas com menor acústica. Mas tem uma coisa boa, os miúdos podem passear à vontadinha que não há membros do clero. (a não ser à paisana). No casamento civil, normalmente o copo d'água é na casa de um dos noivos, num restaurante ou em ocasiões especiais, numa praça de toiros.
Casar
Oiçam lá uma coisa, estamos aqui no século XXI e ainda há gente a querer casar? E ainda querem que eu acredite no darwinismo, foda-se!
(Imagem)
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manual de grosseria e maus modos
Friday, 25 June 2010
O Pénis Recomenda...
EMBARGADO - um filme de Leandro Silva - Um making of de um making of. from Persona Non Grata on Vimeo.
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Thursday, 24 June 2010
Wednesday, 23 June 2010
god
Deus é a minha personagem de ficção favorita.
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Darwin
O meu detergente da roupa evoluiu. Chegou a Omo Sapiens.
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Chicha
Conheço uns canibais que faziam um churrasco de três dias com as irmãs do Ronaldo.
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Há Men
Quem trabalha em charcutaria, reza o Paio-nosso?
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Curry
As filas indianas cheiram um bocado a caril.
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Surfin' Christ
Vem aí o Messias surfista, é o Cristo da onda!
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Pelatão
Escrevi uma variante platónica chamada Alegoria da Taberna.
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O Ano da Morte de Chupa Teresa
Por cada Saramago que morre, nascem cem Quim Barreiros.
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E com razão
Os ceguinhos acreditam no amor ao primeiro apalpão.
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Não era feio
Faz falta um assassino em série que mate pessoas de penteado ridículo.
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'Tou fart diss
Querem convencer-me de que as bufas são gás natural.
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Tur!
Era giro ver o Rui Santos fazer relatos de touradas.
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O qué nationalsozialistisch é bom
Os gajos do PNR cantam o hino no karaoke.
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Lei Dóff
Tive um trabalho de parto mas despedi-me.
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Ó Lears
Não sou todo ouvidos, também tenho umas pernas e isso.
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Home di Ferro
O Iron Man morre de medo dos abre-latas.
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Vi Dio Gayme
Tenho um bom jogo de cintura mas não consigo matar o boss.
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Ridícle
A minha esposa tem uma gravidez de risco ao meio.
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Oubistes?
As paredes têm ouvidos e muitas vezes nem limpam a cera.
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Bricolage
Tenho um parafuso a menos e um busca-pólos a mais.
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Terra
Sou jovem, quero ver o mundo! Vou ao Google Earth.
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Nem sei porquê
O Nuno Luz é das minhas pessoas favoritas com lesões cerebrais.
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John Doe
Há muito boa gente no CSI a fazer-se de vítima.
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Caridade
A Santa Casa tem uns ninjas que dão golpes de misericórdia.
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Gémeos
Confundo sempre o Eminem com o Roberto Leal.
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I Wonder
As selecções do Reader's Digest não jogam à bola porquê?
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Trinca-Orelhas
O carro do Mike Tyson tem um porta-luvas de boxe.
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O Homem Rã
Tive uma ideia para um filme. Chama-se "Conan, o Barbeiro."
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Spoiled Child
Pisei um campo mimado - fez logo birra, o gajo.
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São Goku
O Malato tem onde cair morto - é numa daquelas crateras do Dragon Ball.
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Kim Jong Il
Jogador da Coreia do Norte chorou no hino - foi de alívio, pensou que ia ouvir a "I Gotta Feeling."
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Fashion Statement
Já vi zonas púbicas com melhores penteados que o Dunga.
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Nosy
Se Maomé não vai à montanha, vai lá o João Garcia.
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Quê?
Surdo adj. s.m: espécie humana sobrevivente à Praga das Vuvuzelas, de 2010
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Mai' Rápido Gatinha, Mata! Mata!
Se morressem noventa pessoas antes de cada jogo do Mundial talvez houvesse noventa minutos de silêncio.
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Mais baixo
Sinto dificuldade em distinguir uma vuvuzela da Júlia Pinheiro.
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Fantástico Fóre
O chichi do Tocha Humana sai logo no estado gasoso.
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Big Show
Quem me levanta o carro para mudar o pneu é o Macaco Hadrianno.
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Extra! Extra!
Plataforma da Galp anuncia derrame de vuvuzelas ao largo da costa portuguesa.
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Sperm Donor
O Michael Bay é o Michael Bolton dos filmes.
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General Patton #2
«So wear the hat and do the dance and let the suit keep wearing you.»
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musiquinha,
patton
Sunday, 20 June 2010
Wednesday, 9 June 2010
Más Târ Ligue, dois
O Materazzi do PES 6 tem a tromba do Adam Sandler!
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Detergente
Coloco sempre Tide nas lavagens cerebrais.
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Bolor
Há uma divisão cá em casa que tem humidade diplomática.
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Genealógica
Já consigo medir a temperatura em graus de parentesco.
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Pois pois
Comprei uma câmara de gás que só filma bufas.
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Nosferatu
Um conjunto de vampiros é um grupo sanguíneo.
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Soldado
Se um militar der um passo atrás, é inversão de marcha?
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Nude Sai Bot
Nunca conheci gente bonita que praticasse o nudismo.
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Financial Times of Disquiet
Como diria o Fernando Pessoa numa dimensão paralela, o melhor do mundo são as Finanças.
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Monkey Wrench
Vi um macaco hidráulico no Jardim Zoológico.
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Larga!
Já tomei a vacina contra o vírus do matrimónio.
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Éden
O Fernando Mendes tem maçã de Adão e as mamas da Eva.
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Erik Lehnsherr
Tenho dias de ir plantar ímans para o campo magnético.
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Coijo
Tenho a faca e o queijo na mão mas a mortadela no pé.
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Friday, 4 June 2010
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