Thursday 23 December 2010

Panic Au Village

Wednesday 22 December 2010

Melomanias #43

Diálogos Socráticos #3




















Tendo os três acabado de almoçar, Sócrates, Anaximalandro e Anaximerdas passavam o tempo a contemplar, sentados no andaime de um edifício em construção na ágora. Não se sabe muito bem o que contemplavam, ou mesmo se contemplavam algum objecto material. Como na caverna de Platão, os três pareciam amarrados, vivendo num mundo de sombras de pessoas a palitar os dentes e a arrotar: a alegoria da taberna.

ANAXIMALANDRO: Alguém tem horas?

ANAXIMERDAS: Não.

SÓCRATES: Só vão inventar o relógio mecânico no século XIII depois de Cristo, burro do caralho.

ANAXIMALANDRO: Então como é que fazemos?

SÓCRATES: Anaximalandro, não é verdade que o filósofo ama o saber?

ANAXIMALANDRO: Sem dúvida, Sócrates.

SÓCRATES: Então se amas o saber, porque não sabes ficar calado?

ANAXIMERDAS: Sócrates, achas que o Escrotécrates vai ficar chateado por não estarmos a trabalhar?

SÓCRATES: Não podemos fugir à nossa natureza, Anaximerdas.

ANAXIMERDAS: E qual é a nossa natureza, sábio Sócrates?

SÓCRATES: Não fazer um boi, como é óbvio.

ESCROTÉCRATES: Então suas mulas, contratei-vos para trabalhar, não foi para estarem aqui no paleio.

SÓCRATES: Sejas bem-vindo à nossa conversa, Escrotécrates. Ainda bem que chegaste, pois estava com imensa vontade de te mandar para a real puta que te pariu.

ESCROTÉCRATES: O quê pá? Levas já uma murraça nos dentes!

ANAXIMERDAS: Por Zeus, Escrotécrates, aguenta aí os cavalos.

SÓCRATES: Sim, Escrotécrates, porque de nada te vale agredir a minha face com os teus punhos calejados de esmurrar montes de brita porque a minha alma acabará por ir para o Hades.

ESCROTÉCRATES: Aquele café ao pé do Talho do Charisteas?

SÓCRATES: Não, Escrotécrates. O Hades é o sítio para onde as almas vão após a morte do corpo. Mas não tenho a certeza de que a tua vá para lá.

ESCROTÉCRATES: Porquê?

SÓCRATES: Porque és trolha. Os trolhas vão para outro sítio - o Hades cá vir.

Thursday 16 December 2010

Oh For Fuck Sake!...

Sunday 12 December 2010

As lições do Wikileaks

Friday 10 December 2010

Melomanias #42

Carminda Burana

Nasceu em Peixe-Espada-à-Cinta quatro minutos antes do sol se erguer sobre as planícies adubadas a merda de burro. Os pais, Godofredo Quixote Burana e Alzira Gramofone, eram conhecidos na aldeia como gente muito pouco dada a banhos. Resumindo, fediam a bom feder. Alzira ponderou abortar ou fazer um desmanche. Pensando que fazer um desmanche se tratava de desmanchar o feto às peças, lá fez o aborto. Paradoxalmente ou não, ainda assim Carminda acabou por nascer.

Conta Alzira que o Espírito Sancto a visitou uma noite e lhe disse se ter enganado no pipi. Burocracias divinas impediram o dito Espírito Sancto de desfazer o que tinha feito. Deus acabou por contratar um outro Espírito para substituir o Sancto, que foi enviado para o Inferno, onde até hoje vê repetições do episódio número vinte do Jogo do Ganso.

Aos 15 anos já Carminda se notabilizava na escola pela prática do fellatio. A mãe havia notado algo de Cicciolina na miúda, quando ainda bem jovem balouçava alegremente em cavalos de pau. Infelizmente não pôde ter o destino que tanto queria, como actriz pornográfica. Fez castings, tudinho como mandam as regras, mas havia um problema - achavam-na feia como os cornos. Um realizador descreveu-a mesmo como "uma espécie de primata filho da Odete Santos e João Malheiro atropelado por uma charrua". Que é como quem diz, tinha cara de cu.

Isto não a demoveu, e tornou-se puta. Não uma puta qualquer, mas daquelas que mascam pastilha elástica de boca aberta e tudo. Quando descobriu que a Universidade Aberta não tinha cursos na área de putedo, desiludiu-se muito. Actualmente vive com um trolha chamado Maxim, de quem teve um filho, Tozé Brito. Chamam-lhe filho da puta, mas ele não se importa. Porque é.

Diário de Estraminador #1




















Olá diário, sabes quem é que casou? O Pau Arranjer! Verídico. E, de certa maneira, deprimente. Casou com uma espécie de Simara pré-banda-gástrica, parente da baleia-freira do Libertem Willy. A gaja tem tais prateleiras de banha que até dá para pôr lá uns bibelots daqueles ranhosos que a mãe do Pau Arranjer compra nos chineses. Tenho pena do rapaz, tem andado mesmo em baixo. Há duas semanas que não se consegue transmorfar, o que é obra. Mas compreende-se.

Teve de vender o megazorde para comprar um apartamento para a gorda, já viste? Um tipo não merece tão triste destino. Um homem com um futuro brilhante na luta contra monstros do tamanho de arranha-céus vê-se obrigado a entrar nestes esquemas impostos pela ordem social vigente. Isto aborrece-me.

Mas olha, a Scainéte mandou-me ontem ao passado matar o Jóne Cónâr. Aproveitei e comprei também um busca-pólos porque os gajos do Departamento Eléctrico me cravaram. Vê lá tu, nunca sabem onde põem a merda das ferramentas. Quando fui para assassinar o Jóne Cónâr estava ele a efectuar amor com a mão e, surpreendido, mandou-me levar no cu. Compreendi a situação e dei-lhe só um tiro na perna. Não gosto cá de malcriadices.

Al bi béque.