Monday 13 July 2009

A Dama do Sinal






















Toda a gente conhece a velha história da mãe-galinha, desse tipo de mãe tão carinhosa que chega a um ponto, acaba por aborrecer uma pessoa. A maioria dos indivíduos que tiveram (e/ou têm) mães-galinha gostam muito de se queixar, no fim de contas sem razão nenhuma. Porque a mãe galinha pode ser uma chata, mas não há mãe galinha que não se preocupe com os filhos, e portanto, seja uma mãe como deve ser. A ausência de um pai galo (ou em inglês, dad's cock) sempre foi uma coisa que me fez espécie, pelo menos durante o intervalo do jogo entre Benfica e Shaktar Donetsk.

E isto para chegar aonde? Ao facto de todos os portugueses se poderem finalmente alegrar, pois agora todos temos direito à nossa mãe galinha. Porque não há uma hora nem minuto que o semblante de Ana Jorge não esteja escarrapachado no meu televisor. Parece impossível. A minha mãe ainda hoje, cada vez que solto um dos meus vulcânicos espirros de alergia a tudo o que é poeira (incluindo a da Ivete Sangalo), interpela-me com urgência para saber se está tudo bem com a minha pessoa, se quero tomar uma daquelas drageias que faz enriquecer os pobres dos ricos que tanto têm. Que hei-de fazer? Felizmente tenho uma mãe decente. Agora não sei é se quero ter uma madrasta que me anda a chatear e aos meus espirros. Ana Jorge não tem nada a ver com isso. Os espirros são meus, só meus, e quando não me apetecer espirrar para a mão ou para um lenço de ranhoca Cien não irei hesitar em fazê-lo para o prato de sopa do próximo. Estamos entendidos?

Que coisa é esta da gripe A afinal? É uma gripe para pessoas que só aprenderam a primeira letra do alfabeto? As pessoas andam alarmadas, e com razão -é que aquelas máscaras são ridículas. Se eu quisesse parecer o Jason Voorhees fazia isso no Carnaval. Não, a sério, quantas pessoas já morreram desta gripe e quantas já morreram de gripe normal durante este ano? Se calhar não era mau fazer as contas. É uma doença nova? Fixe, estou farto de tomar anti-gripes com whisky, venha algo mais forte. Hoje apetece-me ter fantasias, tipo o apuramento de Portugal para o Mundial de 2010. Até prova em contrário, comparada com a titular SIDA, esta gripe A ainda joga na Distrital. No dia em que a gripe A matar em Portugal mais do que os acidentes de viação, aí serei uma pessoa feliz. Ou pelo menos satisfeita.

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