Wednesday 17 June 2009

Camões Benfiquista





























Os árbitros e assistentes assobiados
Que no colossal Estádio da Luz
Por penalties ao adversário assinalados
Mereceram viagem a Vera Cruz
Com iates e Ferraris comprados
Mais que a força monetária permitia
E num condomínio privado edificaram
Nova mansão, que tanto sublimaram

E também essas contas bancárias
Desses juízes, foram dilatando
A pé, é certo, nunca mais andaram
Por África e Ásia andaram passeando,
Aqueles cujas obras bem lucraram
Se vão das leis do Estado libertando:
Apitando espalham por todo o lado
Faltas que nem um cego via alcoolizado

Cessem do senhor Reinaldo e do Pintinho
As patifarias assim para o grandes que fizeram;
Cale-se de Zé Mourinho e de Pedroto
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre benfiquista,
A quem Vale e Azevedo gamaram.
Oiça-se o que Luis Piçarra canta,
Esta nação, a de uma águia bem pilantra

E vós, ó capitães de equipa, pois criado
Tendes em mim uma certa simpatia
Se sempre, for em golos, celebrado
Como tremoços e cuspo cascas contente,
Dai-me agora golo nada de especial
Que ainda irei de pronto ao meu quintal
Gritar que bonita foi esta jogada
E de resto vomitar entremeada

Deu-me uma fúria grande e sonorosa
E não de arroto leve ou flatulência
Mas de diarreia canora e belicosa
Que o peido acende e se lhe dá incandescência
Deu-me uma tal dor de barriga jeitosa
Gente, de me ajudar tenham a decência;
Senão aviso que cagarei o Universo
Com tudo o que não pude pôr em verso