Jornalista d’O Indesmentível que nunca foi pressionado substitui notícia por calhandrice

É SÓ MALUCOS/RC - Era domingo, dia de Ídolos. Pedro Abrunhosa acabara de malhar com a fuça e os óculos népia, nem se mexeram. Entretanto Pedro Silva Pereira e José Sócrates, gémeos siameses unidos pela gravata, abriam o paté das entradas num restaurante lisboeta. Chamaram-me de "pílulas", "biruta" e "atoleimado". Fui descrito como "um sujeito com pé-de-atleta". Que injustiça. Eu, que até uso Canesten e tudo. É banal um jornalista como eu não cair no desagrado do poder - eles nem me conhecem. Uma pessoa já não pode tecer críticas à verruga de Jorge Lacão e à indumentária de motorista do Primeiro Ministro que somos logo ignorados. Sócrates e Silva Pereira discutiam com um executivo da TV, consta, os lindos seios de Fernando Mendes. Não vi mas disseram-me. Pessoas de confiança, uma delas até andou comigo no rancho. O Primeiro Ministro e o Ministro de Estado a comerem paté em dia de Ídolos e nem uma pressãozinha. Logo eu, que gostava tanto de ser famoso como o Mário Crespo.

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