Friday 23 April 2010

Os Betos do Rock

























Os Strokes, como dizer, são daquelas bandas que pá, permanecem ali no limbo entre o come-se e o que comummente designo de bardanojo. A simulação está toda lá: as fatiotas, o arzinho meio rebelde meio quiducho de sou-bué-tou-me-a-cagar e os mesmos riffs de à 30 anos atrás. O cigarrito mora na boca porque dá estilo (cancro agora é fashionable), a calcita tá rasgada porque sim; constrói-se um embrulho todo ele muito apetecível mas que vai-se a ver não tem grande conteúdo. Tirando-se-lhe a embalagem, não se mostram piores nem melhores que os Tokio Hotéis e Rasmus desta vidinha.

Os Strokes querem tanto ser os New York Dolls, Richard Hell e derivados que não conseguem, no fim de contas, ser eles mesmos uma coisa. Quer dizer, uma coisa talvez sejam; mas uma a banda a sério parece-me ser já outra história. Não vejo mestria nenhuma no copianço. Deste rock insípido e sem atitude me salvem o Johnny Rotten e o Biafra. Os primeiros álbuns correm bem, como acontece ao miúdo que copia pelo colega do lado -o pior é o fossozito seguinte, em que de repente, os valentíssimos copieiros de ego e peito cheios, tentam vôos altos com umas asitas de cartão e depois claro, magoam-se. São estes, os Interpol e mais uma catrefada deles. Coitaditos dos Interpol, que queriam ser os Joy Division mas têm vidas demasiado felizes - e tentar ser triste quando se é feliz é, como diria, estúpido. Em Ask Me Anything, Julian Casablancas revela, como se ainda ninguém tivesse reparado, "I've got nothing to say." Mais valia 'tares calado foda-se.

Não que eu não goste de uma ou outra música dos gajos, atenção - o primeiro álbum até que está jeitoso. Como referi, foi bem copiado. Os seguintes têm alguns problemas - falta de conteúdo - e desses só oiço do First Impressions of Earth a Heart in a Cage, ou como lhe chamo com afecto, Coração num Queije. Os Interpol também têm a Obstacle 1 e não sei quê, mas o resto parece-me basicamente Tony Carreira versão indie.

Na imagem o primeiro álbum dos The Beat, de Paul Collins.
O álbum é de 1979.
São iguaizinhos aos Strokes, não são?
Or is it the other way round?


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