Ena Diário, tá a bonita! Tenho grandes notícias homem, vou-me casar!
É verdade, tive de dar uma volta de noventa graus à minha vida. Digo noventa porque não gosto de mudanças radicais (como exigia uma volta de cento e oitenta graus) nem de voltar ao mesmo sítio (como exige uma volta de trezentos e sessenta). Uma coisa é certa Diário, vou-me casar e nem tenho grande vontade. Sabes como sou, prefiro estar muito bem gozando um sol de inverno pela janela e colando macacos no céu da boca do que a fazer essa coisa de contrair matrimónio.
Nada disto, como deves e bem calcular, aconteceu de propósito. Como me disse o Hulque, na sua sapiência, coloquei o pénis em púbis feminina alheia. Pelo menos alheia a mim, que não a conhecia. Agora também não a conheço, ou se conheço não me lembro, era tal a quantidade de álcool que tinha no sangue. Nunca esteve, nos meus planos, casar. Nunca. Sempre pensei que ia toda a minha vida ser um carrossel de festas do Avante a ouvir reggae e a fumar ganzas. Mas não, a minha pila havia de estragar tudo. Ainda dizem que alguns homens só pensam com a pila... Olha, eu sinto-me feliz por, pelo menos a minha pila, pensar. É que a única pessoa com possibilidades de encontrar um neurónio neste meu cérebro deve ser um arqueólogo.
Nunca pensei casar, Diário. Muito menos, casar com uma daquelas gordas iguais às dos vídeos do youporn. Mas assim aconteceu, e quem sou eu para negar tal divino presente. É todo um ciclo vicioso, o fígado não me filtra o álcool e o cérebro não me filtra as gordas. O que vier, calha.
Enfim Diário, talvez seja melhor assim.
Sabes o que me conforta no meio disto? Chegar um dia, idoso, com os netos aos meus pés lambendo a carpete suja de cocó de gato, e não me lembrar de nenhuma destas coisas. Sabeis porquê Diário? Porque, felizmente, há alzheimer!
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