Thursday, 27 October 2011
Saturday, 8 October 2011
Pede o File
Carlos Cruz tentou ir a uma orgia do jet-set, mas a tatuagem da Heidi na omoplata não dava entrada em lado nenhum.
Problemas
É para mim um mistério porque é que o Emanuel canta e dança com a cabeça inclinada de quem está com um torcicolo.
Papa Don't Pricha
Pergunto-me se o padre falso que prenderam também teve de fingir que gostava de rapazinhos.
Drogado!
Às pessoas que dizem mal dos ácidos: os cães ladram e a caravana... faz cocorocó nos tons do arco-íris
Anjo Selvagem
A boca paralisada do José Carlos Pereira afinal não foi trombose, foi um dildo nos dentes.
Monday, 3 October 2011
Sunday, 2 October 2011
Carne humana precisa-se
Com os gordos que para aí andam, vou mas é abrir um restaurante em África para canibais.
Dava um bom restaurante
Juntava-se a Casa dos Segredos ao Peso Pesado e fazia-se a Casa dos Secretos.
Que lindo.
Uma concorrente da Casa dos Segredos vai protagonizar uma nova série do Pokémon em que colecciona doenças sexualmente transmissíveis.
Aprenderam tanto
O Castelo Branco foi ao coiso da tribo em África evangelizar os sujeitos com dildos e chicotes.
The Great Escape
O Michael Scofield foi a uma orgia de famosos mas escapou porque tatuou um percurso da Carris no antebraço.
Ou não fosse eu um estudioso do cinema porno
Casal brasileiro dá ao filho o nome Facebookson. Não ter sido Facebookake foi pura sorte.
Arrastando o Seu Cadáver
Não sei se fazer amor com a Betty Grafstein não deva ser considerado necrofilia.
Old Age
O benefício do Manoel de Oliveira ter aquela idade é que já não precisa respeitar os mais velhos.
Ai a minha doença
A Casa dos Segredos é o primeiro reality-show em que todos os concorrentes têm algo em comum - herpes.
Giro
Coisas tristes e ao mesmo tempo engraçadas: um paraplégico a usar a expressão "vai-se andando".
Justificava-se
Com o Cavaco a presidente a residência oficial devia passar do Palácio de Belém para o Júlio de Matos.
Dream dream dream
Coisas que ainda não vi num reality-show mas gostava - um massacre dos concorrentes com moto-serra.
House of Piutes
Não gosto da Casa dos Segredos pois sou contra a videovigilância mesmo em estabelecimentos de alterne.
Bomba!
Tenho uma certa pena que não façam atentados terroristas em programas de cantigas apresentados pela Rita Pereira.
Comédia da boa
Interessante seria um jogo de xadrez entre uma pessoa que se ri com peidos e outra que se ri com programas de apanhados.
Still Lambe In You
Sei de fonte segura que vai haver um atentado terrorista em Portugal - é um concerto dos Scorpions
Cona-Sequências
Gostava de saber se há lugar nos cemitérios para todos os velhos que vão morrer com a subida do preço do gás.
Capital do Móvel
Espero viver o suficiente para ver um treinador do Paços de Ferreira com o patrocínio tatuado na testa.
Olhos de Água com Gás
Um dia vão fazer uma telenovela sobre as torres gémeas, uma torre gémea boa e uma torre gémea má, separadas à nascença.
Tuine Tauers
Passados dez anos do 11 de Setembro já era altura de Nova Iorque mudar o nome para Torres Novas
Monday, 19 September 2011
Wednesday, 14 September 2011
Lições para a vida, por Lello Minsk
"Se bates com a carola na parede
Por uma mulher
Não partas mais a tola, mata a sede
Com outra qualquer."
Quero mais é que o romantismo se foda.
Por uma mulher
Não partas mais a tola, mata a sede
Com outra qualquer."
Quero mais é que o romantismo se foda.
Sunday, 11 September 2011
Friday, 9 September 2011
Ego sum rex Romanorum et super grammaticam
"Let grammar rule the man
who doesn't know how to think what
he feels. Let it serve those who are in
command when they express themselves."
Bernardo Soares
(Isto a propósito de pessoas que gostam de corrigir os outros)
who doesn't know how to think what
he feels. Let it serve those who are in
command when they express themselves."
Bernardo Soares
(Isto a propósito de pessoas que gostam de corrigir os outros)
Thursday, 8 September 2011
Pocket Billiards strikes back
O Estado não quer comparticipar a pílula, as pessoas não querem ter filhos... Bem-vindos à década do bilhar de bolso.
Esfrega esfrega
As pessoas que fazem limpezas são no fundo praticantes de curling que passaram ao lado de uma grande carreira.
Metal pesado
Tenho um grande sonho na vida, que é ir ao santuário de Fátima com uma t-shirt de Slayer vestida.
Funny stuff
Coisas tristes e ao mesmo tempo engraçadas: uma nota de suicídio com erros ortográficos.
Não posso mais
Não querendo espalhar boatos, acho que o Gaddafi se escondeu em 1994 num vídeo do Pedro Abrunhosa.
Victor Von Doom
O Vítor Gaspar devia falar ao país apenas às 21 horas de cada dia, para adormecer as crianças, como o Vitinho.
Tacsi Draiva
O taxismo é aquela doença que leva uma pessoa a demorar quinze minutos de carro para chegar a um sítio que fica a cem metros.
So much for evolution
Podem dizer o que quiserem dos Neandertais, mas os tipos não tinham programas de apanhados.
Cry Baby
Ricardo Carvalho e a escola Mourinho: se não sou o número um ou faço birra ou enfio dedos nos olhos das pessoas.
Desperdício
Tanta gente a passar fome e um clube de futebol gasta um milhão de euros no Postiga. Não há direito.
Almas gémeas
Os casamentos perfeitos no Facebook seriam entre as raparigas que tiram foto com telemóvel ao espelho e os rapazes com fotos em tronco nu.
Rock you like a fico sem escroto
O furacão Irene foi a maior catástrofe a atingir Nova Iorque desde o Carlos Castro.
Esteves Empregos
A Apple ficou sem o Papa deles. Peregrinos já se dirigiram à loja mais próxima para rezar o iTerço.
Tha Pope
O Papa é em tudo uma espécie de rapper: anda carregado de bling-bling, tem um carro todo tuning e vê as gajas como umas "bitches"
Madeira
O Alberto João é uma espécie de filho estroina que fode o dinheiro todo e depois pede aos pais.
D'Arrasar
O Mário Crespo podia juntar-se com o Santana Lopes e mais dois gajos e faziam uma boys band.
Sundays Bloody Sundays
Ponto da situação: o Domingos é aquele gajo que chegou tão longe na Liga Europa como o Peseiro.
Toda a verdade
Diria que 90% das pessoas não sai do Facebook porque é a única forma de saberem quando os amigos fazem anos.
Estique Lá Piss
O Gerard Depardieu mijou no avião? Grande coisa, ao menos não bebeu o mijo a pensar que era poção mágica do Obélix
O drama. O horror.
Queria aproveitar para chamar a atenção para esse grande flagelo da sociedade que são as pessoas que usam sandálias com meia. Branca.
Mocidade, mocidade
Quem devia também ir às jornadas da juventude a Madrid era aquele senhor de kispo vermelho que tinha uma carrinha.
Efeitos especiais
O Pedro Leandro é um boneco do Madame Tussauds, aquilo da boca a mexer é tudo feito a computador.
Energia para morrer
O aumento da luz e gás é uma versão do Plano de Emergência Social para os desfavorecidos que vendem os combustíveis.
Action Cómicos
Super-heróis portugueses: um sujeito que apesar de ter bebido dois litros de vinho acha que conduz muita bem.
License Pleite
Qual a semelhança entre um veterano universitário e a frota de carros do governo? Ambos têm para cima de doze matrículas.
Friday, 2 September 2011
Inimigo Imaginário #5

Lembras-te pá, quando jogávamos Pro Evolution 4 naquelas tardes de Agosto com quarenta graus lá fora, temperatura essa que quase dava para grelhar um bife no capô dos carros?
Era deveras giro.
Só abandonávamos o vício em última instância, quando a minha mãe saía da cozinha disparada e armada com um pau, ameaçando atingir-me o lombo com singelas cacetadas.
Toda a gente ia à praia naquele ano, à conta de empréstimos bancários e cartões de crédito, é claro, com as calças do meu pai sou eu um homem. Tudo na praia e eu entre esplanadas e vindimas, tendo que me contentar com um simples bronze à trolha. Não que haja grande problema em ter um bronze à trolha, sobretudo quando de casa não se sai ou se sai de casa apenas à noite; pior é quando se decide ir à praia e dos ombros para baixo se fica com o aspecto de estar a usar mangas compridas de pele de uma pessoa que vive nos trópicos.
Mas talvez fosse sensato voltar ao Pro Evolution.
As tardes que eu passei naquela merda, pá, com a minha mãe a tentar convencer-me de que talvez fosse melhor ir lá para fora com quarenta graus, porque ao menos apanhava um solito e este ano nem à Foz do Arelho ias molhar o pé, quanto mais passar férias.
A minha equipa favorita fora sempre a Lisbonera, versão não autorizada do Benfica. Era uma espécie de equipa de uma dimensão paralela, e isso fascinava-me. O tosco do Ricardo Rocha era o Richa Rossa, o Manuel Fernandes chamava-se Mahelnandes e o malogrado Mantorras transformava-se no virtuoso Malyorras. Para mim, jogar com o Malyorras era poesia.
Uma pessoa olhava para o Mantorras da vida real e via aquele pobre sujeito, um jogador promissor que fodeu um joelho e a acabou-se-lhe a carreira ali. Podia ter sido um novo Eusébio, melhor que o Eto'o ou pelo menos tão bom quanto ele; um jogador de classe mundial. Mas não quis o destino que assim fosse.
Mas no universo paralelo do Lisbonera, Malyorras era rei, e aí residia para mim a poesia da coisa. Poético em termos verdadeiramente portugueses, da apreciação, beleza e choraminguice das coisas que nunca foram e podiam ter sido. Dos amores que se desejaram e não tiveram, dos caminhos que não se percorreram, dos mantorras que não se lesionaram. Como nem todos os Mantorras se tornam grandes jogadores, nem todas as sementes de macieira se tornam árvores. No entanto, ambos não deixam de ter em si as qualidades para tal.
E nesse universo outro estava então Malyorras, no outro lado do espelho.
O que jogava noventa minutos, marcava e ganhava troféus - tudo o que o verdadeiro vivia apenas na sua imaginação. E a realidade virtual, apesar de imaterial, não deixava de ser gloriosa e confortante.
Como vingança, no Lisbonera, Malyorras brilhava. Por pouco tempo, mas não importava.
É que nesse jogo, até o Postiga era bom jogador.
Já na realidade real, a história é bem outra.
Wednesday, 31 August 2011
Wednesday, 24 August 2011
"Coriolanus has grown from man to dragon"
Se isto não for o filme do ano, vou chorar baba e ranho. Ai se vou.
Tuesday, 16 August 2011
Friday, 12 August 2011
Estraminador Impacável
O Pedro Leandro do Pingo Doce deve ter saído à pouco tempo de crioconservação.
Animal Raites
A protecção dos animais quer acabar com os jogos da macaca, macaquinho do chinês e cabra cega.
The Cod Wants Garlic
O terrorista norueguês devia ser condenado a dez anos a ouvir "O Bacalhau Quer Alho" de Saúl Ricardo.
Joaquim
Já estou a imaginar o dia da morte do Quim Barreiros: "Perdeu-se uma grande pessoa que fazia alegorias com vaginas e pilas".
Turrurismo
Em vez de Antrax deviam ter enviado para a Moody's um pacote armadilhado com um álbum de José Malhoa.
Teenage Kicks
Sabemos que a crise chegou a Itália quando o Berlusconi namorar uma gaja da idade dele.
Mafia 2
Acho mal o dinheiro todo gasto só no BPN, os pequenos e médios criminosos também precisam de ajuda.
Mafia
Não só acho bem o bailout ao BPN como acho que o governo americano também devia ter salvo os negócios do Al Capone.
Driver
Os miúdos de hoje sonham ser estrelas de cinema, jogadores de futebol ou motoristas do governo.
Thursday, 11 August 2011
Sunday, 7 August 2011
Diário de Estraminador #5

Get to the chopper!
Ena porra, filme errado - chupa aí qualquer coisinha. Sabes, é que meto-me para aqui a jogar FIFA 2133 e distraio-me com isto da escrita. Isto de ter um diário é tão giro, não te parece caro Diário? E verosímil, um andróide assassino como eu a escrever uma coisa destas, à semelhança duma pita com danos cerebrais que aprecia ver os Morangos com Cianeto? Só um anormal de merda como o autor deste blog é que podia ter tido uma ideia destas, realmente.
Mas olha, tirando merdas, tá tudo bem. Aborreci-me ontem com a Scainéte porque a convidei para jantar parafusos com molho de busca-pólos e ela recusou, usando a desculpa esfarrapada de que não passa de um software. Onde é que já se viu?
Acabei a noite na tasca do Zé Ciborgue, a beber shot's de biodiesel. Não foi mau.
Sabes que me ligou ontem o Hulque? Verídico. Parece que, à semelhança do Pau Arranjer, o gajo se vai casar. Meteu-se lá n'Os Verdes e entretanto conheceu uma gaja comuna por quem se apaixonou. Está bem tramado.
Cheira-me que, para o ano, aquele indivíduo verde que em tempos conheci e respeitei vai andar por aí, em comícios por todo o país, de rastas no cabelo e a ouvir ska. Um desperdício, é o que te digo. Aquele gajo na construção civil dava um trolha dos melhores.
Entretanto olha, mandei uma carta com antrax ao Jóne Cónâr, pois não estava com grande vontade de me levantar do sofá. Logo hoje, que está a dar a repetição do Nico d'Obra na RTP Memória.
Albi Béque.
Sunday, 31 July 2011
Inimigo Imaginário #4

Sabes, das vezes em que penso que alguma vez apreciei ouvir Nickelback, nasce em mim uma certa vontade de colocar o escroto numa gaveta e fechá-la com toda a força. Mas, se formos a ver bem, isto da mutilação genital até que nem tem resultados muito práticos. Para uma coisa deste calibre, talvez se justificasse um castigo mais penoso, como a audição durante cinco anos seguidos do tema "Voltei, Voltei" de Dino Meira.
Mas voltando à questão dos Nickelback pá, não é que me envergonhe disso sabes, mete-me é nojo. Porque também ouvia os Creed e os Bon Jovi e os Scorpions. Sim, os Scorpions. Foi uma fase complicada da minha vida, em que desenvolvi um amor platónico por rock manhoso cantado por indivíduos que se não fosse a música seriam hoje decerto respeitados profissionais da construção civil.
Sabes que gostar de Scorpions é muita foleiro mas os críticos ai ui dizem que o primeiro deles até é bom porque tem a Robot Man, um tema sobre a desumanização e mais o caralho que foda? É. Não digo que a crítica não seja útil - é útil no mesmo sentido em que o Professor Marcel e o Paycheck Pereira são úteis. Já Professor Marcel e Paycheck Pereira são úteis no mesmo sentido em que o papel higiénico o é.
Mas olha, agora que já tive aqui o meu momento de intelectual de pacotilha, vou-te dizer uma coisa: uma coisa. Ha-ha, sou tão engraçado, não sou? Também acho. Às vezes, só não me limito a lamber a minha pila toda a tarde porque sofro bués da coluna.
Agora a sério, os Scorpions sempre foram para mim uma espécie de Delfins alemães: a crítica elogia os primeiros álbuns, os tipos transformam-se em azeiteiros e para completar a metamorfose começam a usar boina. Já sabes, quando uma pessoa do rock começa a usar boina, é sinal de que coisas menos boas estão a caminho.
Aquele período ali do meio dos anos 90 para a frente foi muito propício ao aparecimento do esterco musical em forma de rock (Vês, eu a dar uma de crítico? Estou a lamber a pila e tudo neste momento). Os Limp Bizkit caralho, a melhor banda a fazer música ambiente para praticar o coito com animais circenses, como eu gostava daquilo. O boné para trás, o jeito adolescente do tou-me-a-cagar-para-a-sociedade-e-isso-porque-descobri-a-masturbação-anteontem revelava-se deveras épico.
Aquilo eram pá, definitivamente, outros tempos. E tu aí na mesma foda-se, é que nem ai nem ui.
Friday, 29 July 2011
Agostinho Bacalhau de Virilha Assada
Crescera numa comunidade rural do interior do país no início dos anos dezavinte, onde era nauseabundo o cheiro a estrume, incesto e analfabetismo. Filho de pessoas pobres, que compravam um par de sapatos de dez em dez anos e nunca haviam visto o mar, cedo Agostinho teve de abandonar a casa dos pais e ir viver com os seus tios e primos.
A sua tia, de seu nome Xanicomaricapatareca, possuía um monopólio bairrista ao ser dona de um supermercado daqueles à antiga, cuja balança estava viciada para acrescentar peso aos queijos e fiambres e tudo o mais que viesse. As pessoas, já sem um tusto no bolso, viam-se assim depenadas de mais alguns mérreis que tanto jeito lhes podiam dar nomeadamente para coisas.
Agostinho, no meio de todo aquele reboliço em que se revelava a sua vida, havia feito uma promessa a si mesmo: crescer um bigodinho igual ao Saddam e à mau dos filmes de Hollywood. A sua vontade era verdadeiramente possuir um bigode hitleriano, mas a sociedade que ignorara uma chacina de milhões, a fome em África e os álbuns do José Malhoa, fazia agora a dança hipócrita do politicamente correcto, não deixando ninguém possuir um bigode igual ao homem que poderia ter tido a sorte de se chamar Adolfo Schicklgruber.
Mas adiante. Depois de passar anos a gamar ao primo os discos de vinil que ele comprava em feiras insuspeitas, Agostinho decidiu-se pelos negócios. Vendeu, por essas mesmas feiras onde o primo ia, paletes de sabão azul e branco. Certo dia, indignou-se por certas e determinadas coisas e teve uma altercação com um pacote de batatas fritas fora do prazo.
Segundo relataram testemunhas, uma cega e outra invisual, o pacote de batatas aconselhara Agostinho a praticar sexo anal com um rolo da massa. Não era intenção de Agostinho entrar em conflito com o dito pacote de batatas, pois já se sabe que estes são pessoas de muito pouca elevação e honra - que por tudo e por nada lançam impropérios e mandam inclusivé as pessoas para o caralho - mas Agostinho disse-lhe das boas. Constatou que a mãe do senhor era não apenas uma puta sidosa como o seu pai era dono de uma loja de trezentos. Nisto o pacote de batatas entristeceu e foi-se embora.
Após sair da terra natal, Agostinho foi conhecer o mundo - que é como quem diz, foi a Pernes. Várias semanas depois de praticar amor singelo com gado ovino, dedicou-se à apanha da azeitona e aí fez fortuna. Aos trinta e cinco anos já comprara um jornal semanal para onde contratou pessoas sem ética, que se disfarçavam de jornalistas e inventavam notícias em que se denegria a imagem de antigos colegas de escola de Agostinho, que no passado lhe haviam mandado calduços na bicha para o refeitório.
Tinha uma pila pequena, como é apanágio dos homens vingativos, e uma vez até diz que morreu.
A sua tia, de seu nome Xanicomaricapatareca, possuía um monopólio bairrista ao ser dona de um supermercado daqueles à antiga, cuja balança estava viciada para acrescentar peso aos queijos e fiambres e tudo o mais que viesse. As pessoas, já sem um tusto no bolso, viam-se assim depenadas de mais alguns mérreis que tanto jeito lhes podiam dar nomeadamente para coisas.
Agostinho, no meio de todo aquele reboliço em que se revelava a sua vida, havia feito uma promessa a si mesmo: crescer um bigodinho igual ao Saddam e à mau dos filmes de Hollywood. A sua vontade era verdadeiramente possuir um bigode hitleriano, mas a sociedade que ignorara uma chacina de milhões, a fome em África e os álbuns do José Malhoa, fazia agora a dança hipócrita do politicamente correcto, não deixando ninguém possuir um bigode igual ao homem que poderia ter tido a sorte de se chamar Adolfo Schicklgruber.
Mas adiante. Depois de passar anos a gamar ao primo os discos de vinil que ele comprava em feiras insuspeitas, Agostinho decidiu-se pelos negócios. Vendeu, por essas mesmas feiras onde o primo ia, paletes de sabão azul e branco. Certo dia, indignou-se por certas e determinadas coisas e teve uma altercação com um pacote de batatas fritas fora do prazo.
Segundo relataram testemunhas, uma cega e outra invisual, o pacote de batatas aconselhara Agostinho a praticar sexo anal com um rolo da massa. Não era intenção de Agostinho entrar em conflito com o dito pacote de batatas, pois já se sabe que estes são pessoas de muito pouca elevação e honra - que por tudo e por nada lançam impropérios e mandam inclusivé as pessoas para o caralho - mas Agostinho disse-lhe das boas. Constatou que a mãe do senhor era não apenas uma puta sidosa como o seu pai era dono de uma loja de trezentos. Nisto o pacote de batatas entristeceu e foi-se embora.
Após sair da terra natal, Agostinho foi conhecer o mundo - que é como quem diz, foi a Pernes. Várias semanas depois de praticar amor singelo com gado ovino, dedicou-se à apanha da azeitona e aí fez fortuna. Aos trinta e cinco anos já comprara um jornal semanal para onde contratou pessoas sem ética, que se disfarçavam de jornalistas e inventavam notícias em que se denegria a imagem de antigos colegas de escola de Agostinho, que no passado lhe haviam mandado calduços na bicha para o refeitório.
Tinha uma pila pequena, como é apanágio dos homens vingativos, e uma vez até diz que morreu.
Friday, 22 July 2011
Sunday, 10 July 2011
Já somos dois
"Estou-me a cagar para a política cultural"
É que este post até nem tem nada que ver com o anterior. Mas é que nadinha.
É que este post até nem tem nada que ver com o anterior. Mas é que nadinha.
Thursday, 30 June 2011
Wednesday, 29 June 2011
Tuesday, 28 June 2011
Monday, 27 June 2011
Thursday, 23 June 2011
Enorme.
"It is our failure to become our perceived ideal that ultimately defines us and makes us unique."
Les Animaux
O Passos devia era pensar em privatizar o Canal Parlamento, já há canais de vida selvagem a mais no cabo.
Canal Parlamento
Deputados só têm duas semanas de férias no verão - que pena, já só lhes sobram 350 dias para coçá-los
Wednesday, 22 June 2011
Vai ser a bonita vai
A população mundial aumenta mas o número de animais e plantas não. Em 2030, cheira-me que o canibalismo volta a estar na moda.
E os extra-terrestres pá?
Aquela coisa da Miss Universo cheira-me a batota - só tem candidatas do planeta Terra.
Saturday, 18 June 2011
Restaurante Púbis

Num restaurante, sentado a ler o 24 Horas, um indivíduo encontra-se à espera do seu almoço. No ar há um odor a sopa de nabiça, caldeirada de chocos e piaçaba. O empregado chega com uma bandeja.
EMPREGADO
Ora aqui está a sua sopinha...
CLIENTE
O senhor desculpe, mas é que eu pedi a especialidade da casa...
EMPREGADO
E fez muito bem, esta sopa é a nossa especialidade vai para vinte e tal anos...
CLIENTE
Ah sim? Está bem então, obrigado.
O empregado afasta-se, mas assim que o faz o cliente chama-o novamente.
CLIENTE
O senhor desculpe!..
O empregado, segurando na bandeja, dirige-se de novo ao cliente.
EMPREGADO
Há algum problema?
CLIENTE
Por acaso até há - esta sopa, como direi, tem um cabelo aqui no meio.
EMPREGADO
Um cabelo?
CLIENTE (apontando)
Sim, um cabelo, olhe aqui.
EMPREGADO
Ahh... Isso não é um cabelo.
CLIENTE
Não??
EMPREGADO
Não senhor, isso trata-se de um pentelho.
CLIENTE
Um pintelho? Um pêlo púbico?
EMPREGADO
Sim, faz parte da sopa.
CLIENTE
Mas que sopa vem a ser esta, afinal?
EMPREGADO
Então, isso é sopa de escroto.
CLIENTE
De escroto?
EMPREGADO
De escroto.
CLIENTE
Mas é bom?
EMPREGADO (olhando à sua volta para os outros clientes)
Ora este pergunta se sopa de escroto é bom! É mais que bom!
CLIENTE
É uma especialidade aqui da zona?
EMPREGADO
É, da zona púbica. Pode-se dizer que é escroto mas ainda apanha aqui assim esta parte da virilha.
CLIENTE
Deve ser gostoso deve. E o pintelho é para quê?
EMPREGADO
Para acentuar o aroma.
CLIENTE
Qual aroma?
EMPREGADO
O aroma a picha. É claro que a sopa tem mais segredos, mas sabe que isso é a alma do negócio.
CLIENTE
Epá, hã, vocês não têm assim mais nada que se coma?
EMPREGADO (consultando o bloco de notas)
Ora bem, assim a jeito... só temos Bacalhau à Zé Prepúcio ou Cataplana de Glande.
CLIENTE
Eish.
EMPREGADO
E para beber, vai alguma coisinha?
CLIENTE
Por acaso tem água?
EMPREGADO
Ahaha! Ó homem, então agora não tínhamos água?
CLIENTE
Não é especialidade aqui da zona, pois não?
EMPREGADO
Especialidade? Mas você está a delirar ou quê homem? Água é água.
CLIENTE
Bolas, ainda bem.
EMPREGADO
Mas diga lá, quer da sanita ou do bidé?
(imagem)
Friday, 17 June 2011
Sympathy for the Devil
No contrato que a família Carreira assinou com o Satanás há uma cláusula que obriga ao uso da camisa aberta até ao esterno.
Pocket Billiards
A masturbação nas redes sociais - pessoas que fazem "like" aos seus posts no Facebook.
A Brazilian Werewolf in Santa Cona de Assobio
Quando há lua cheia, o Tony Ramos transforma-se em ser humano.
Caracol
Se o Nobre não arranjar lugar na Assembleia da República, pode sempre entrar na nova série dos Morangos com Açúcar.
Thursday, 16 June 2011
Wednesday, 15 June 2011
Let's Hunt and Kill...
Disco a solo do vocalista dos Pólo Norte tem participação do Boss AC. Uma desgraça nunca vem só.
O Político V
Um deputado do PAN sentir-se-ia bem na Assembleia da República - é o único circo onde tratam bem os animais.
O Político IV
O Partido dos Animais, com mais de cinquenta mil votos, tem direito a subvenção do Estado para ração e areia de gato.
O Político III
O PAN até que gostou do resultado das últimas eleições - não é todos os dias que ganha um Coelho.
O Político II
O Passos Coelho vai acabar com o SNS pois já acordou com a troika tratar da saúde aos portugueses.
O Político I
Se o partido dos animais ganhasse as eleições ia pôr os portugueses a comer Pedigree Pal.
Tuesday, 31 May 2011
Turrurismo
Os EUA preparam-se para invadir a Espanha - diz que os gajos têm pepinos de destruição em massa.
The Biggest Tits
Aquilo do Peso Pesado até tem uma coisa boa - há muito tempo que não se viam tantas mamas em televisão.
Saturday, 28 May 2011
Friday, 27 May 2011
Fuuuuu-são! Yah!
Giro giro era juntar o Peso Pesado com o Perdidos na Tribo e fazer o "Perdidos no Churrasco" - os gordos numa tribo de canibais.
Olhó 'pocalipse fresquinho!, parte II
Mas aquilo do fim do mundo era porquê? Novo álbum do Tony Carreira?
Pornografia... Silêncio, Calma...
Os actores porno nunca perdem a jogar à apanhada - estão sempre no coito.
Combate Mortal
O Strauss-Kahn ainda vai substituir o Shao Kahn no Mortal Kombat. Fatality: assediar sexualmente o adversário.
"Treuze" de Maio
Deus a pensar: "Epá, vou ali mandar uma mensagem à humanidade. Mas em que sítio? Paris? Londres? Ah, já sei - Cova da Iria."
Thursday, 12 May 2011
Antena
minha benévola terra
se eu te pudesse beber,
pacificar, fazer guerra,
sentar-te à mesa e escrever.
ó minha terra de arados
de tardes lentas e quentes,
e luz que mostra parados
rebanhos incandescentes.
quando passo de automóvel
esqueço-me de onde moro
porque sou meu lar imóvel.
o rádio sempre a tocar
um coração avariado
que não posso desligar.
Rui Lage.
Também aqui, em musiquinha.
Wednesday, 11 May 2011
Luís Tomatina Sabujo de Rezende
No dia do seu nascimento, três senhores foram ter à cabana onde a sua mãe acabara de dar à luz. O pai de Luís encontrava-se à porta da cabana quando os sujeitos chegaram, o primeiro montado num cavalo, o segundo num camelo e o terceiro numa antiga concorrente do Big Brother. Disseram ao homem que tinha sido uma estrela que lhes mostrara o caminho até ali, porque se avariara o GPS.
Mas para o pai de Luís isto mais não eram que desculpas esfarrapadas - e nisto começou a distribuir pancada solidariamente aos três homens, que adjectivou de "peidófilos". Ficou com o ouro, incenso e mirra e perguntou-se para que raio servia a merda da mirra. Fumou-a.
O pai de Luís não contava era com o facto de, minutos depois, os três homens trazerem consigo trezentos samurais armados de espadonas e prontos a dar tau-tau nele. Em desespero, chamou a nuvem mágica e fugiu.
Luís cresceu assim, sem pai, e isto sempre o transtornou muito. Ou se calhar não, sou só eu a inventar merdas.
Desde cedo que a sua mãe notou que o miúdo era capaz de ter poderes especiais. Especiais e inúteis. Por exemplo, enquanto o Super-Homem via através de paredes, Luís via através de móveis de contraplacado. Aos 11 anos já era o melhor da sua turma nas disciplinas de matemática, português e apreciação poética do bacio.
Em 1984 licenciou-se em Ciências Bardamérdicas e reparou que era o messias. Contou isto a toda a gente e acabou por ser crucificado numa cruz do jogo do galo.
Morreu há três minutos, e ainda bem.
Monday, 9 May 2011
Diário de Estraminador #4

Olé diário, como estamos?
Olha, eu cá estou bem, obrigado por não perguntares. Peço desculpa pelo tempo que levei a escrever este texto, é que por motivos de me encontrar a tirar macaquitos com o mindinho da mão esquerda, tive de escrever apenas com a direita.
Olha, andei aqui com uns berbicachos mas já está tudo resolvidinho. Sucedeu que a minha mãe - a T-799 - apanhou uma gripe ciborgue e andou três semanas a cuspir parafusos. Internaram-na de urgência no Hospital Corre Cabrão, onde foi tratada a murro e pontapé. Pode-se dizer que melhorou bastante.
Mas olha, está-se bem.
Sabes que ontem fui almoçar com o Hulque e o Pau Arranjer mais a esposa dele que parece um boi? Verdade. Fomos ali à tasca do Matias comer uns secretos de porco preto grelhados. Com isto tudo ficámos a saber que o Hulque está a pensar seguir uma carreira política. Aquilo n'Os Verdes tá a correr bem e já há quem diga que ele tem hipóteses de chegar a deputado. Vai concorrer agora em Junho como cabeça de lista por Santa Maria da Piça.
Custa-me a ver o Hulque, uma pessoa com tão elevado nível de instrução, a ir conviver para o meio da selvajaria que é a Assembleia da República. O homem tem a terceira classe, bolas!
PS: Com isto tudo, esqueci-me de mencionar o facto de não ter morto o Jóne Cónâr. Não foi por falta de oportunidade - que eu até vi o gajo às compras no Intermarché - estive foi a cagar-me para isso.
Al Bibéque.
Sunday, 1 May 2011
Saturday, 30 April 2011
Talkin' About My Education
Há deputados que viajam em primeira-classe - e outros que mais parecem ter a primeira classe.
Sunday Boring Sunday
Adoro a Páscoa - ovos de chocolate, coelhos e Jesus a ressuscitar. Parecendo que não, tem tudo a ver.
Monday, 25 April 2011
Sunday, 24 April 2011
Homofonias #9
Ufa, já faz tempo que não postava uma homofonia.
Trago desta vez um tema da sodona Leona Lewis que, ali para o refrão, parece dizer «You're a Ninja, you're a ninja...», ou como se diz em português, «Ai qués um ninja, ai qués um ninja...». Muito lindo. Mas verifiquem lá, do minuto 1:00 ao 1:04 e do 1:27 ao 1:33.
É que a mim, que sou mouco, parece-me. E é isto.
Wednesday, 20 April 2011
O Terrorismo nem sempre é mau
O que fazia falta a meio deste vídeo era uma bomba a rebentar e os "fixes" à procura das peças.
Wednesday, 13 April 2011
Éfe Dido
A desilusão do terrorista - chegar ao paraíso e as 70 virgens serem algo entre a Odete Santos e a Maria do Cavaco.
The Castro and Seabra affair XV
Renato Seabra foi transferido para uma prisão de segurança alta, mas ele preferia uma de seguranças altos.
Friday, 8 April 2011
O Rock dos Esquisitos

Tive a oportunidade de neste post fazer referência a esta rapariga (que parece dar pelo nome de Filipa) e à sua música. Mas não pude ficar por ali. Porque este não se trata de um qualquer tema musical. Porque se trata de uma coisa daquelas que primeiro estranha-se e depois, como direi, estranha-se muito.
A ausência de ritmo, de métrica no poema, notas musicais e de algum juízo levam-me a concluir que estamos perante uma pérola da música contemporânea. Aquilo é rock n' roll. E daí logo a Filipa me fez lembrar uma outra banda, adorada e odiada pela meia dúzia de parvos que a conhece - The Shaggs. As The Shaggs tratavam-se de uma banda americana composta por quatro irmãs, Dorothy, Betty, Helen e Rachel Wiggin. Em 1969 lançaram o seu primeiro álbum de estúdio Philosophy of the World, que não vendeu um peido. O Frank Zappa descreveu-as como "melhores que os Beatles". O Kurt Cobain era fã. Respeitinho portanto.
Mas as Shaggs não são nadinha fáceis de ouvir. Até porque as gajas não tinham a mínima noção (como eu) do que é uma nota musical. Tocavam porque sim, porra, e para mim nestas coisas da música a atitude é o que tem mais valor.
A música delas tem esquisitice. Tem honestidade. Tem inocência. A sua música consiste em coisas como esta:
Não é bonito? Eu cá gosto. Achais esquisito? Talvez. Bué. E aí reside a semelhança de Shaggs com a música de Filipa. Como elas, ela não sabe muito bem o que ali está a fazer. Ou digamos, sabe mas nem tem a noção de que está a ignorar os princípios musicais impostos pela sociedade. Está a tocar mas não sabe se o quer fazer, porque como diz, "Mas também tenho a pintura/Que posso investir". Enquanto as Shaggs cantam sobre família, amigos e debitando filosofias sobre o mundo que as rodeia, Filipa canta o artista que quer fazer mas não sabe se quer; que quer mudar só porque sim; que quer fazer música mas ao mesmo tempo diz que tem uma vida inteira para o fazer. Que pensa no suicídio mas sabe que isso é parvo ("Já pensei em dar um tiro na cabeça/Mas isso só só só me faz doer/E só me sangra a cabeça") e a quem a música faz esquecer "os problemas cá fora exteriores".
No fundo, o que estou a tentar dizer é que a Filipa se trata de uma espécie de Shagg portuguesa e este tema um hino a todos os losers que se estão nas tintas para ser vistos dessa forma pela sociedade. E isso, para mim, tem uma beleza singular.
Deixo-vos o vídeo, e uma transcrição da letra que tive a oportunidade de fazer.
"Gosto muito das minhas músicas", by Filipa.
E eu gosto muito das minhas músicas
E eu gosto muito das minhas letras
Gosto muito das minhas invenções
E das minhas pinturas
Eu não quero mais ter o medo quem me chame à razão
do que tá certo ou errado
Eu não quero mais ter o medo de viver com medos
Eu não quero mais só meter medo eu quero é ser feliz
Esta merda tem que mudar
Já pensei em dar um tiro na cabeça
Mas isso só só só me faz doer
E só me sangra a cabeça
E só me faz pior
E depois não componho mais músicas
Para os outros copiarem
Ou plagiarem as minhas músicas
E já não componho mais músicas
Pa-Pa um dia poder dar concertos
Pa-para já não estão em condições
Mas depois vão poder evoluir
À medida do tempo
À medida que vou conseguindo
Mas também tenho a pintura
Que posso investir
Esta merda tem que mudar
Porque eu não tenho mais nada a fazer
Ou melhor, tenho tudo a fazer
Só dependo de mim
E da próxima banda que vier
p’ra isso tenho de conhecer gente
Tenho de saber socializar
E dar-me bem com os outros
E arranjar-me bem-não-ter-as-calças-no-fundo-do-rabo
A cair
Eu não quero mais ser vítima
Eu não quero mais ser problemática
Eu só quero é ganhar
Eu só quero é ganhar
Eu só quero é ganhar
Por uma vez na vida
Que eu quero ser feliz
Por uma vez na vida
Eu tenho de me empenhar e esforçar
Para progredir e evoluir
Porqueisto nunca mais …
Mas não tenho prazo certo
Tenho uma vida inteira pa poder melhorar as músicas
Eu não quero ter vergonha de mim própria mais
Eu não quero ter falta de confiança mais
Eu quero é ganhar
Eu quero é ganhar
Eu quero é ganhar
Eu quero que as pessoas confiem em mim
E a música faz-me bem
Memo que a produtividade agora não seja boa
Pelo menos faz-me esquecer os problemas que tenho cá fora exteriores
E liberta-me bom sentimento
Por isso é que eu gosto da música
E de pintar é que me faz bem
Faz-me pôr os coisos pa cá pa fora
As tragédias a raiva a tristeza e tudo
Esta merda tem que mudar
E eu tenho que evoluir
Não sei como mas vou ter que evoluir
Para o bom sentido
Para o melhor sentido
Alguma vez há-de mudar
E eu sei o que tenho que fazer
Só que dá muito trabalho estudar
Música e pintura é mais fácil
Esta merda tem que mudar
Eu não sei o que fazer
Não sei o que... er
Só quero é ganhar por uma vez na vida
Não quero ter mais azar na minha vida
Quero ser feliz
E reencontrar um caminho para mim
P’ra isso tenho de me esforçar bastante
E melhorar a qualidade da música da guitarra
E tenho que afinar a guitarra
E eu gosto muito das minhas músicas
E eu gosto muito das minhas letras
Gosto muito das minhas invenções
E das minhas pinturas
Eu não quero mais ter o medo quem me chame à razão
do que tá certo ou errado
Eu não quero mais ter o medo de viver com medos
Eu não quero mais só meter medo eu quero é ser feliz
Esta merda tem que mudar
Já pensei em dar um tiro na cabeça
Mas isso só só só me faz doer
E só me sangra a cabeça
E só me faz pior
E depois não componho mais músicas
Para os outros copiarem
Ou plagiarem as minhas músicas
E já não componho mais músicas
Pa-Pa um dia poder dar concertos
Pa-para já não estão em condições
Mas depois vão poder evoluir
À medida do tempo
À medida que vou conseguindo
Mas também tenho a pintura
Que posso investir
Esta merda tem que mudar
Porque eu não tenho mais nada a fazer
Ou melhor, tenho tudo a fazer
Só dependo de mim
E da próxima banda que vier
p’ra isso tenho de conhecer gente
Tenho de saber socializar
E dar-me bem com os outros
E arranjar-me bem-não-ter-as-calças-no-fundo-do-rabo
A cair
Eu não quero mais ser vítima
Eu não quero mais ser problemática
Eu só quero é ganhar
Eu só quero é ganhar
Eu só quero é ganhar
Por uma vez na vida
Que eu quero ser feliz
Por uma vez na vida
Eu tenho de me empenhar e esforçar
Para progredir e evoluir
Porqueisto nunca mais …
Mas não tenho prazo certo
Tenho uma vida inteira pa poder melhorar as músicas
Eu não quero ter vergonha de mim própria mais
Eu não quero ter falta de confiança mais
Eu quero é ganhar
Eu quero é ganhar
Eu quero é ganhar
Eu quero que as pessoas confiem em mim
E a música faz-me bem
Memo que a produtividade agora não seja boa
Pelo menos faz-me esquecer os problemas que tenho cá fora exteriores
E liberta-me bom sentimento
Por isso é que eu gosto da música
E de pintar é que me faz bem
Faz-me pôr os coisos pa cá pa fora
As tragédias a raiva a tristeza e tudo
Esta merda tem que mudar
E eu tenho que evoluir
Não sei como mas vou ter que evoluir
Para o bom sentido
Para o melhor sentido
Alguma vez há-de mudar
E eu sei o que tenho que fazer
Só que dá muito trabalho estudar
Música e pintura é mais fácil
Esta merda tem que mudar
Eu não sei o que fazer
Não sei o que... er
Só quero é ganhar por uma vez na vida
Não quero ter mais azar na minha vida
Quero ser feliz
E reencontrar um caminho para mim
P’ra isso tenho de me esforçar bastante
E melhorar a qualidade da música da guitarra
E tenho que afinar a guitarra
Monday, 4 April 2011
Manuel de Instruções
Filho de Sabona Ramalha, cedo Manuel revelou possuir o singular talento para desenhar bigodes em fotos de figuras públicas. A sua mãe, membro de honra dos hipocondríacos anónimos, era além disso uma pessoa de inegável jeito para o sexo oral. Isto sempre lhe atribuira alguma má fama.
Aos 13 anos, já Manuel havia reprovado quatro vezes. Ainda na quarta classe, e já sem esperanças de seguir uma carreira sequer na construção civil, houve alguém que lhe reconheceu algum talento. Esse alguém dava pelo nome de Hominídeo Pincel e tratava-se de um conhecido agente imobiliário que recentemente tentara ganhar nome no mundo do espectáculo. Hominídeo pegou em Manuel e transformou-o num estrela. Aos 18 anos, Manuel de Instruções era conhecido no meio artístico por nomes como "o Picasso dos bigodes", "o Dalí dos pintelhos" ou até "o monte de merda à paisana".
O mundo do espectáculo foi cruel para Manuel e já aos vinte anos tinha de fugir diariamente de bárbaros foto-jornalistas de revistas cor-de-rosa. A pressão do mediatismo levou-o ao álcool, drogas e, inevitavelmente, ao suicídio. A quatro de Março de mil novecentos e coça aqui, Manuel de Instruções viria a ser encontrado na banheira de uma casa de banho de hotel parisiense coberto de vomitado. Segundo a autópsia, Manuel sofrera de overdose de restaurador Olex. Deixou dois filhos, um cão e uma doença sexualmente transmissível.
Sunday, 3 April 2011
Se esta revolução não me deixa foder até morrer é porque não é revolução nenhuma
Eu quero foder foder
achadamente
se esta revolução
não me deixa
foder até morrer
é porque
não é revolução
nenhuma
a revolução
não se faz
nas praças
nem nos palácios
(essa é a revolução
dos fariseus)
a revolução
faz-se na casa de banho
da casa
da escola
do trabalho
a relação entre
as pessoas
deve ser uma troca
hoje é uma relação
de poder
(mesmo no foder)
a ceifeira ceifa
contente
ceifa nos tempos livres
(semana de 24x7 horas já!)
a gestora avalia
a empresa
pela casa de banho
e canta
contente
porque há alegria
no trabalho
o choro da bebé
não impede a mãe
de se vir
a galinha brinca
com a raposa
eu tenho o direito
de estar triste
Adília Lopes.
Saturday, 2 April 2011
Gosto de ti, desde aqui até Sesimbra
Standard & Poor's baixa o rating do novo álbum de André Sardet do nível 'lixo' para 'Foda-se, que merda é esta?'
Friday, 1 April 2011
Thursday, 31 March 2011
Wednesday, 30 March 2011
Tuesday, 29 March 2011
Yu Peng resolve!
Vou abrir uma casa de alterne com 19 prostitutas mais uma - a melhor prostituta chinesa da actualidade.
Friday, 25 March 2011
Monday, 21 March 2011
Saturday, 19 March 2011
Flopes
Havia o Rei Midas e depois há o Santana Lopes, o Mirdas, que tudo aquilo em que toca se transforma em... cocó.
127 Horas sem Escroto
Para o "127 Horas" ser sobre o Carlos Castro bastava substituir o braço entalado pela pila dele e o calhau pelo Renato Seabra.
Merdonáls
Fazem falta daqueles programas de talento infantil mas que em vez de meter os miúdos a cantar ou dançar os meta a fritar batatas, a treinar para o McDonald's.
Coisas
Depois do Justin Bieber na capa da Rolling Stone, ficamos à espera do Ozzy Osbourne na capa da Super Pop.
The Castro and Seabra affair XIV
Cinzas do Carlos Castro geram mutações no esgoto de Nova Iorque e dão origem a umas Tartarugas Ninja que comentam a imprensa cor-de-rosa.
Mas isto sou eu a dizer
Se deixassem o gajo que deu a uma sobremesa o nome "baba de camelo" aproximar-se da mousse, aquilo hoje chamava-se "cocó de vaca".
Ali Bobó e os Quarenta
Devo ser das poucas pessoas que acha que "A Ternura dos 40" dava um bom título de filme porno.
Pedopólio II
Na versão do Monopólio que o Carlos Cruz tem dá para comprar a Casa de Elvas, um jornalista e o Bibi.
The Floriburra Affair
A filha da Floribella quando crescer vai ter uma marca de lingerie - Lyonce Viiktórya's Secret.
The Castro and Seabra affair XIII
Parece que o Renato Seabra já usa farda prisional, algemas e uma pila africana.
Ugass
A minha ideia de apocalipse - Júlia Pinheiro e Fátima Campos Ferreira a terem uma discussão no seu tom de voz normal.
It's Evolution Bebé!
O Marty McFly viajou no DeLorean para o Portugal de 1985, 1994, 2007 e 2015. Encontrou sempre o Cavaco.
Afterlife
Para concorrer com o "Depois da Vida", SIC lança "Depois da Vida Sexual", em que uma médium fala com o espírito da pila de Cavaco.
The Castro and Seabra affair XII
John Carpenter filma "Escape From New York 2" - nova-iorquinos tentam fugir ao Carlos Castro mas o Kurt Russel não deixa.
Thursday, 17 March 2011
The Castro and Seabra affair XI
Composição do ar em Nova Iorque: Oxigénio, Dióxido de Carbono e Carlos Castro.
The Castro and Seabra affair X
Se o Renato tivesse pipi, era uma puta que queria subir na vida e matou um velho. Tendo pila, é um mártir.
The Lyonce Qualquer Coisa Affair II
Da próxima que Luciana e Yannick quiserem escolher o nome para um filho, sugiro que se atire ao ar a caixa do Scrabble.
The Lyonce Qualquer Coisa Affair I
Floribella e Yannick dão nome à filha usando a mesma técnica das personagens do Dragon Ball que fazem a fusão. Sai lobotomia para a mesa três.
The Castro and Seabra affair IX
Foi preciso um português para fazer o que muitos americanos queriam há tempos - limpar o sebo ao Castro.
Sinal dos tempos
Se o 25 de Abril fosse hoje: uns choninhas faziam um grupo no Facebook e a revolução, bem, era isto.
The Castro and Seabra affair VIII
Qual é a coisa que o Carlos Castro não era mas ainda assim deixou de ser? O homem do saco.
The Castro and Seabra affair VI
Um colega brasileiro do Renato na prisão chega ao pé dele e diz:
- Renato?
- Sim?
- Seabra.
The Castro and Seabra affair V
Muito bom tipo era capaz de dar um testículo para namorar com o Renato Seabra.
The Castro and Seabra affair IV
Renato Seabra a destacar-se no sector imobiliário - quando sair da prisão vai ter um andar novo.
The Castro and Seabra affair III
Depois do filme do Tintin, vai sair o biopic do Carlos Castro - Tintins.
The Castro and Seabra affair II
O namorado do Carlos Castro deu-lhe com uma peça de mobília - o dildo estava noutro sítio.
The Castro and Seabra affair I
Que Carlos Castro sirva de lição aos mais velhos - se vão ao cu à juventude, ela corta-vos os tomates.
Three Not-So-Wise Men
Os reis magos seguiram uma estrela. Já sabem, cuidado com isso de meter ácidos à maluca.
Faca de dois legumes
O Jaime Pacheco foi treinar para a China. Depois de comer com pauzinhos, os chineses vão aprender o que é comer pau.
Excêntrico
Se me sair o Euromilhões compro o santuário de Fátima e faço lá um festival de heavy metal.
Porreiro
Inventei uma modalidade, o karaóquei em patins. Quem acha que sabe cantar, leva com um pau.
Isto não é um dilema
Se tiver de optar entre ver o circo e o enforcamento do Saddam, escolho o segundo.
Cantiga popular
A saia da Cicciolina tem um cavalo pintado, sim Cicciolina ó - i - ó - ai, sim Cicciolina ó - ai meu bem.
Nem era mau
Há uma probabilidade de o mundo se tornar um lugar melhor - com um holocausto de músicas natalícias.
Ajuda às exportações
Tirei a tocha à Estátua da Liberdade e dei-lhe a segurar uma caneca das Caldas.
Diário de Estraminador #3

Eh lá Diário, tá tudo?
Não te irrita quando uma pessoa faz perguntas deste género? "Tá tudo?" Mas tudo o quê? E tudo está de que maneira? Ai caralho, a língua baralha-me porra.
Olha, cá estou eu mais uma vez a escrever um niquinho de merdas. Não venho cá muitas vezes pois como deves saber um andróide também tem os seus afazeres. Esta semana ainda não tentei matar o Jóne Cónâr, mas olha que se calhar no sábado dou um saltinho ao passado, nem que seja para comer uns caracóis e ver a bola.
Estes andróides novos que a Scainéte anda a pôr cá fora são um aço. Há um de metal que muda de forma e tudo, o que dá certamente algum jeito às pessoas com necessidades, já que o tipo se pode transformar numa grande variedade de electrodomésticos.
Mas olha, estou para aqui nesta conversa de caca e esqueci-me de que tenho de estar às três e meia na inspecção. Vão mudar-me o braço esquerdo, pois escavaquei-o a tentar jogar bowling com um Fiat Panda. Bem, um grande bem-haja e isso.
Bjokas.
Saturday, 26 February 2011
Friday, 18 February 2011
Ka-Lello Maria
Nascera quando no seu planeta se travava uma guerra terrível, que acabaria por trazer a completa destruição daquele sistema solar. Os Três Estarolas, liderados pelo general Fernando Chalana, chacinaram toda a população. Toda - claro está - excepto Ka-Lello, que havia sido enviado numa nave por seu pai, Jor-Nal, que tinha como destino o planeta Agostini.
Ali Ka-Lello passou a sua infância e cresceu sob a alçada dos pais adoptivos, Namíbia e Zigoto Ribeiro. Cedo estes começaram a perceber que nele havia algo de diferente. O facto de ter chegado numa nave em forma de pénis não era para eles coisa suficientemente espantosa. Ka-Lello - agora baptizado Claque Quente - parecia ter capacidades e poderes acima dos comuns habitantes de Agostini. Naquele planeta, tudo era feito e comprado por fascículos nos quiosques. Os seus pais adoptivos, por exemplo, tinham uma mesa de três pernas apenas na cozinha porque se haviam esquecido de comprar o fascículo que trazia a última perna, a 27 de março de 1979. Haviam no entanto improvisado, colocando ali ora um guarda-chuva, um cabo de vassoura ou um anão de pé a comer pistachios.
Ah sim, mas Claque Quente (ou Ka-Lello) nascera com a fascinante capacidade de obter os objectos por completo, sem precisar de os comprar separadamente por fascículos. Havia quem dissesse que isto tinha que ver com a sua fantástica capacidade persuasora - mas aqui entre nós, acho que se devia antes à brutalidade com que apertava os garganetos e volta e meia a tomatada dos sujeitos dos quiosques.
Aos vinte e três anos Claque Quente apaixonou-se por Luis Leine, jornalista da Dica da Semana. Com ele manteve uma relação homossexual até 8 de Janeiro de 1998, dia em que tirou da narina direita um macaco e o colou na nuca de uma senhora de idade. Tem herpes labial, mas até ver, vive feliz.
Sunday, 13 February 2011
Wise Men
Se os reis magos se chamassem Bibi, Carlos Cruz e Farfalha o novo testamento tinha duas páginas.
Darwinismo
Bactérias encontradas pela NASA confirmadas como organismo inteligente - nenhuma delas ouve Justin Bieber.
Fight Club
Só há uma maneira de acabar com a violência doméstica - meter as gajas a treinar com a Telma Monteiro.
Thursday, 10 February 2011
Diário de Estraminador #2

Querido Diário, come with me if you want to live.
Não? Então tá. Olha, a Scainéte mandou-me outra vez ao passado limpar o sarampo ao Jóne Cónâr, mas falhei. Não é que me distraí na montra de uma loja de televisões a ver uma repetição do Big Show Sic? Epá, 'tava ali montado um belo programa, porra, há que admiti-lo. João Baião sob o efeito de estupefacientes, Macaco Hadrianno, bailarinas russas com celulite, Dj Pantaleão, Ediberto Lima e Carlos Castro no júri? Que é que os humanos queriam mais?
Não via um programa tão culturalmente rico desde... bem, a verdade é que eu nunca tinha visto um programa de televisão. Mas Diário, a parte melhor foi sem dúvida quando entraram os D'Arrasar a cantar o seu "Rainha da Noite". E aí não fui capaz de me conter - e bati o pé. A sério. Há dias assim. No fim de contas, acabei por levar um raspanete por não ter matado o Jóne Cónâr, mas sabes como é, quando se vai ao passado há tanta coisa estúpida para ver que nem apetece a uma pessoa incorrer na prática do homicídio.
Não via um programa tão culturalmente rico desde... bem, a verdade é que eu nunca tinha visto um programa de televisão. Mas Diário, a parte melhor foi sem dúvida quando entraram os D'Arrasar a cantar o seu "Rainha da Noite". E aí não fui capaz de me conter - e bati o pé. A sério. Há dias assim. No fim de contas, acabei por levar um raspanete por não ter matado o Jóne Cónâr, mas sabes como é, quando se vai ao passado há tanta coisa estúpida para ver que nem apetece a uma pessoa incorrer na prática do homicídio.
Al bi béque
Jokas****
Friday, 4 February 2011
Inimigo Imaginário #3

Há dias pensei no Vítor Barraca que andou comigo nos sexto, sétimo e oitavo anos. Lembras-te dele? Sim, de facto, é difícil apagar da memória uma personagem daquele calibre, com um hálito de fazer inveja ao Godzilla. Era um tipo sempre disposto a ajudar, normalmente violentando os ombros dos outros colegas com valentes murraças. Hoje em dia, com todas as modernices que existem, chamar-lhe-iam "bully". Mas o estrangeirismo não assentaria nem seria capaz de descrever tudo aquilo que o Vítor representava. Aquele suor hediondo, a fraca literacia e o sorriso que deixava antever umas gengivas que aparentavam padecer de escorbuto, nada disso cabia na palavra "bully". Porque o Vítor não era apenas o "bully" clássico dos filmes, que violenta, oprime e chantageia.
Quer dizer, ele fazia isso tudo, mas aproveitava para chatear os outros e volta e meia, cuspir. Digo cuspir naquele sentido de o Vítor ser incapaz de falar sem soltar no ar humildes gafanhotos de cuspo. Já quanto a cuspir mesmo, isso era mentira. Uma vez, lembro-me agora, ficou com o cuspo preso no queixo - muito à semelhança do que aconteceu ao Pillas-Boas aqui há tempos. Mas coisa que o Vítor tinha de bom era uma assinalável pontaria, que dava bastante jeito em singelas e mundanas actividades, como atirar calhaus às pessoas.
Sabes que super-poder sempre desejei? Aquele que o Quénu Ríves tem no Má Trics, de parar as balas antes de ser esburacado. Iria usá-lo não para parar balas mas para pôr termo aos perdigotos com que o Vítor nos atingia na face. Que saudades desses tempos, de ver o Vítor chafurdar na lama cada vez que chovia. Não era bom nem mau, sabes? Nos tempos áureos do cavaquismo, era o que havia. Mas cada vez que nisso penso, aperta-me o coração, os olhos enchem-se de lágrimas e as calças de uma urina alaranjada.
Uma memória que tenho bem vívida desses tempos foi quando, num intervalo da manhã, o Vítor manifestou a sua inteligência. Dirigindo-me a ele em tom de ofensa, disse, "És mesmo heterossexual!". Indignado, o Vítor perseguiu-me por toda a escola, não descansando até me esmurrar os ombros de modo prazeroso. Quando lhe expliquei o significado da palavra "heterossexual", soltou um "ah!" e foi-se. Boa cena, dirias tu. Mas não, deixas-te ficar caladinho, a fazer de conta que não existes e o caralho.
O passado já não volta; nunca voltou. E ainda bem, sabes porquê? Porque não sei se aguentaria visionar novamente todos os episódios da novela Anjo Selvagem. Aquilo, parecendo que não, maçava.
Friday, 28 January 2011
Desodorizante Moldura
Nasceu. Vá lá, já não foi nada mau, há quem não tenha essa sorte. Seu pai, Carrapiço Moldura, tinha uma velha mania de fazer salto em altura para o sofá. Nem sempre com bons resultados, diga-se, como se confirmou a 25 de Maio de 1984, quando ao atirar-se para o sofá o comando da televisão ficou alojado no seu canal rectal.
Fora isso, Desodorizante teve uma infância feliz. A sua mãe levava-o a passear nos jardins da cidade, a andar de escorrega e dar de comida aos patos. De vez em quando andava também naquela espécie de baloiço a moedas às portas dos cafés, em que se metia cem paus e a criança baloiçava uns bons dez segundos. Quase excitante, diriam alguns. Desperdício de dinheiro, diriam outros.
Mas a sua actividade predilecta quando ia passear com a mãe era mesmo dar pão duro de comer aos patos. Por vezes, deixava endurecer pães de forma inteiros, que atirava parvamente às cabeças das aves, pobrezinhas, que lá iam ficando - à semelhança de Desodorizante - com lesões cerebrais.
O melhor jardim da cidade, para Desodorizante, era o Jardim dos Drogados. Tinha sempre aqueles tipos muito castanhos com a Dica da Semana enrolada debaixo do braço para apontar quando andavam a arrumar carros. Mas uma coisa era certinha, não se comparava ao Jardim das Putas.
Bukowski #2
Eu era jovem quando o meu herói era jovem
sendo a única diferença entre nós o facto de
ele se ter tornado rapidamente famoso
e assim que vi a foto dele
no jornal
em discotecas com famosos
e sem que eu tivesse sequer tempo de respirar, veio uma
guerra
e ele vestia uma farda
toda janota
mas eu lembro-me de ler nos seus
livros
ele dizer que nunca mas nunca iria para a
guerra.
bem, muitos de nós têm
heróis
e não queremos que eles
sejam
vulgares,
queremos que eles sejam perigosos
e originais
e nunca se comprometam com nada.
Eu não conseguia compreender
como podia um homem escrever tão
provocadora e claramente
e depois ir fazer o
contrário.
pensava que aquilo
que tu escreves
vem da tua
alma
e um
final destes
cobarde
protagonizado pelo meu herói
era impossível.
então virei-lhe as costas
e assim o fez também
o público - ninguém estava muito interessado
no livros acerca da sua
vida no exército.
depois ele foi para Malibu e sentou-se na praia e
observou as ondas
caindo na costa como mentiras como mentiras como mentiras...
A Morte de Um Herói, Charles Bukowski. (tradução do Pénis)