Wednesday, 11 May 2011

Luís Tomatina Sabujo de Rezende

No dia do seu nascimento, três senhores foram ter à cabana onde a sua mãe acabara de dar à luz. O pai de Luís encontrava-se à porta da cabana quando os sujeitos chegaram, o primeiro montado num cavalo, o segundo num camelo e o terceiro numa antiga concorrente do Big Brother. Disseram ao homem que tinha sido uma estrela que lhes mostrara o caminho até ali, porque se avariara o GPS.

Mas para o pai de Luís isto mais não eram que desculpas esfarrapadas - e nisto começou a distribuir pancada solidariamente aos três homens, que adjectivou de "peidófilos". Ficou com o ouro, incenso e mirra e perguntou-se para que raio servia a merda da mirra. Fumou-a.

O pai de Luís não contava era com o facto de, minutos depois, os três homens trazerem consigo trezentos samurais armados de espadonas e prontos a dar tau-tau nele. Em desespero, chamou a nuvem mágica e fugiu.

Luís cresceu assim, sem pai, e isto sempre o transtornou muito. Ou se calhar não, sou só eu a inventar merdas.

Desde cedo que a sua mãe notou que o miúdo era capaz de ter poderes especiais. Especiais e inúteis. Por exemplo, enquanto o Super-Homem via através de paredes, Luís via através de móveis de contraplacado. Aos 11 anos já era o melhor da sua turma nas disciplinas de matemática, português e apreciação poética do bacio.

Em 1984 licenciou-se em Ciências Bardamérdicas e reparou que era o messias. Contou isto a toda a gente e acabou por ser crucificado numa cruz do jogo do galo.

Morreu há três minutos, e ainda bem.

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