Aos 13 anos, já Manuel havia reprovado quatro vezes. Ainda na quarta classe, e já sem esperanças de seguir uma carreira sequer na construção civil, houve alguém que lhe reconheceu algum talento. Esse alguém dava pelo nome de Hominídeo Pincel e tratava-se de um conhecido agente imobiliário que recentemente tentara ganhar nome no mundo do espectáculo. Hominídeo pegou em Manuel e transformou-o num estrela. Aos 18 anos, Manuel de Instruções era conhecido no meio artístico por nomes como "o Picasso dos bigodes", "o Dalí dos pintelhos" ou até "o monte de merda à paisana".
O mundo do espectáculo foi cruel para Manuel e já aos vinte anos tinha de fugir diariamente de bárbaros foto-jornalistas de revistas cor-de-rosa. A pressão do mediatismo levou-o ao álcool, drogas e, inevitavelmente, ao suicídio. A quatro de Março de mil novecentos e coça aqui, Manuel de Instruções viria a ser encontrado na banheira de uma casa de banho de hotel parisiense coberto de vomitado. Segundo a autópsia, Manuel sofrera de overdose de restaurador Olex. Deixou dois filhos, um cão e uma doença sexualmente transmissível.
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