Ali Ka-Lello passou a sua infância e cresceu sob a alçada dos pais adoptivos, Namíbia e Zigoto Ribeiro. Cedo estes começaram a perceber que nele havia algo de diferente. O facto de ter chegado numa nave em forma de pénis não era para eles coisa suficientemente espantosa. Ka-Lello - agora baptizado Claque Quente - parecia ter capacidades e poderes acima dos comuns habitantes de Agostini. Naquele planeta, tudo era feito e comprado por fascículos nos quiosques. Os seus pais adoptivos, por exemplo, tinham uma mesa de três pernas apenas na cozinha porque se haviam esquecido de comprar o fascículo que trazia a última perna, a 27 de março de 1979. Haviam no entanto improvisado, colocando ali ora um guarda-chuva, um cabo de vassoura ou um anão de pé a comer pistachios.
Ah sim, mas Claque Quente (ou Ka-Lello) nascera com a fascinante capacidade de obter os objectos por completo, sem precisar de os comprar separadamente por fascículos. Havia quem dissesse que isto tinha que ver com a sua fantástica capacidade persuasora - mas aqui entre nós, acho que se devia antes à brutalidade com que apertava os garganetos e volta e meia a tomatada dos sujeitos dos quiosques.
Aos vinte e três anos Claque Quente apaixonou-se por Luis Leine, jornalista da Dica da Semana. Com ele manteve uma relação homossexual até 8 de Janeiro de 1998, dia em que tirou da narina direita um macaco e o colou na nuca de uma senhora de idade. Tem herpes labial, mas até ver, vive feliz.
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