Thursday 26 November 2009

Melomanias #8

Praga de Zezés Camarinha acaba com virgens no paraíso muçulmano

EVERYBODY GO TO SWIMMING/RC - Uma temível praga de engatatões algarvios de bigodinho e protector solar na mão atingiu recentemente o paraíso muçulmano. A notícia está a alarmar os fundamentalistas islâmicos, temendo-se que o descréscimo de virgens seja acompanhado por uma igual redução de atentados terroristas. O paraíso muçulmano - o único lugar onde haviam virgens além da casa daquela família onde as gajas são todas gordas - vê-se assim abalado por esta praga de Zezés Camarinha, conhecidos pelo nome científico marcha tudis. O número trinta e quatro da Al-Qaeda, Al Ksar du Sahal, aproveitou para reivindicar o ataque com uma bombinha de mau cheiro na Escola EB 2,3 de Carlos Silvino e admitiu que, à falta de melhor, as virgens serão substituídas por travestis amigos do Carlos Castro.

RoboCop mata namorada torradeira e põe-se em fuga

VIESTE O MURPHY?/RC - O conhecido enlatado dos filmes de tiros, meio-polícia e meio-robô, baleou mortalmente a namorada, uma torradeira esbranquiçada. Tudo aconteceu o passado fim-de-semana, numa daquelas lojas semi-electrodomésticas a que Pedro Granger faz publicidade enquanto não incita miúdos a ter força na maionese. Segundo nos relataram membros das forças de segurança no local, a OCP e GNR, Alexandre Murphy terá em primeiro tido uma altercação futebolística com um grupo de electrodomésticos em segunda mão - uma batedeira, uma varinha mágica e um aspirador. Mas a gota de água, conta um dos agentes a'O Indesmentível, terá sido o facto de RoboCop enfiar duas fatias de pão de forma na namorada e ela as deixar queimar. Em declarações exclusivas Pedro Granger, meio-PSD meio-Sporting, comentou com força na maionese se tratar de "mais um chocante caso de violência electrodoméstica".

Wednesday 25 November 2009

Vem mi pegá

David Hasselhoff vai cantar uma versão dum tema de Jacques Brel. Chama-se "Ne me KITT pá".

Em fraldas

Os militares reformados batem incontinência.

Tudo a eito

Afinal foi o Zezé Camarinha que me acabou com os cd's virgem.

Monday 23 November 2009

Manual de Grosseria e Maus Modos #2

Como comer certos e determinados alimentos
por Lúcio Prepúcio




















Já toda a gente se viu numa situação daquelas em que olha para algo que vai comer e a primeira coisa que lhe vem à cabeça é "f*da-se mas que raio de m*rda vem a ser esta?". Isto é particularmente comum em restaurantes chineses e tailandeses. É importante portanto, quando nos colocam um alimento à frente, comer. E nada de estragar!

O Pão

Quando faz um jantar lá em casa deve sempre servir pão. O pão deve servir-se da seguinte forma: atirando-o para cima da mesa depois de lhe dar balanço num saco ou atirando-o ao ar e dando-lhe uma mocada com uma pá das obras. Depois de acertar com ele em cima da mesa, deixe-o estar. Adie o jantar. Tranque-se na cozinha, finja que está a cozinhar e deixe os convidados à espera pelo menos hora e meia. Assim, como irá verificar, eles vão ficar com uma larica daquelas e acabarão por comer o pão todo. Depois do pão comido, como é óbvio, não têm mais fome. E como não têm fome, a comida que você acabou de preparar já serve para o almoço de amanhã. No poupar é que está o ganho, já dizia o outro.

Como papar: O pão leva-se à boca inteiro, principalmente tratando-se daqueles pães caseiros grandes como calhaus. Se for uma caralhota de Almeirim leva-se à boca mas não se mastiga. Fica-se com o pão na boca até escorrer aquela baba fininha pelo queixo, metendo nojo às pessoas que estão à nossa volta. No caso de ser um papo-seco, bem, tente esquecer o facto de este tipo de pão parecer um cu achatado e desfaça-o em migalhas que irá enfiar no nariz para depois espirrar na sopa.

Nota: Quando já não lhe apetecer mais pão, dê-lhe um beijinho e enfie no lixo. Não ajuda as vítimas da fome mas também não faz javardice, o que já de si é louvável.


Banana

A banana é uma fruta geralmente amarelada, com tendência a acastanhar quando maior for o tempo que passar na fruteira perto das ameixas bolorentas com cheiro a azedo.

Como papar: A banana papa-se de diversas maneiras, mas a mais comum é partir o caule, descascar e deixar cair sem querer. Depois, quando caída sobre os restos de unha que tinham acabados de ser cortados para o chão da casa de banho, pegar com as pontas dos dedos indicador e polegar e deitar no lixo junto a pensos higiénicos usados. Coloque tudo num saco plástico do Feira Nova, dê-lhe um pontapé e coloque no prato. Acompanha-se com rimel.

Notas: A banana não só é uma fruta boa para a saúde como um eficaz dildo para senhoras, homens sexuais e mulheres sexuais sem possibilidades financeiras de ir à sex-shop. A miúdagem usa-a também como pistola e boomerang.

Curiosidade: A expressão "és um banana" vem do mito grego do José Cid, um hirsuto gigante ciclope que aparecia na localidade de Nikopolidis todos os anos nu, só com um disco de ouro a tapar a púbis para lhes arrotar nas colheitas de trigo. Isto até Zeus ficar furibundo, descer do Olimpo em lingerie preta e, atirando-lhe um relâmpago às trombas, (há quem diga ter sido um "relâmpado") o transformar numa fruta amarela de aspecto fálico.


A Sopa

A sopa é uma comida que consiste em água com legumes cozidos e triturados que formam um caldo cremoso e jeitosinho. Por vezes, é que algumas sopas são nojentas. Repare-se na sopa de barbatana de tubarão em qualquer restaurante chinês e note-se, sobretudo, a corrente afluência de tubarões na costa portuguesa. A sopa de barbatana de tubarão parece, além do mais, ranho. Se um ser humano aceita comer qualquer coisa parecida com muco deve pensar seriamente em aceitar o conselho daquele amigo bêbado que diz "Ó pá tu mata-te!"

Como papar: A sopa papa-se (ou é costume papar) com uma colher. Mas há variações. Já vi um sujeito comer com uma concha de sopa, uma senhora com uma pá daquelas de cavar na areia e um garoto comê-la do nariz em pingos. Se, ao meter a colher à boca, pingar, salpicar ou fizer catapulta para outra mesa, fez bem. Se for sopa de feijão enfie uns feijões no nariz e espirre, que está na moda. Alternativamente, pode comer a sopa com uma faca de manteiga. É giro.

Nota: Sopa não é canja. Canja não é sopa. Ao contrário do que a sua avó e/ou mãe o/a tentaram convencer, não existe tal coisa chamada "Sopa de Canja". Sopa tem leguminosas. Canja é uma merda. Canja é um eufemismo de "água com galinha e massa cozida com um bocadito de sal". Água com galinha cozida não é sopa, é canja. A expressão "é canja" vem daí, porque a canja é fácil, como também o é a irmã do seu amigo Vítor que trabalha na charcutaria do Pingo Doce. Sim, aquela do piercing.


Sardinha

A sardinha é um peixe que nasce enlatado nas prateleiras dos supermercados e, após lavado do piri-piri, se deita num aquário onde cresce até qualquer dia.

Como papar: "A sardinha sabe bem é comida com a mão", diz o povo naquela sapiência própria. "Principalmente se andar há mais de uma semana com ela a coçar um escroto com pus. Assim é que dá aroma".




Saturday 21 November 2009

Depois de água na Lua, NASA descobre inteligência em José Lello

SUÍNOCIALISMO/RC - A Agência Espacial Americana (NASA), que descobriu a passada semana água na Lua, revelou ter encontrado uma percentagem de inteligência no animal José Lello. Em declarações exclusivas ao nosso jornal, o responsável da NASA Anthony Career admitiu que numa viagem ao planeta PS alguns astronautas encontraram vestígios de QI em Lello, o que dá à comunidade científica a esperança de encontrar vida inteligente em outros sítios do universo, como a Assembleia da República. De acordo com Career, o quociente de inteligência de Lello permitir-lhe-á fazer complexas operações matemáticas - como somar um e um - e soletrar palavras também algo difíceis como "pá". Almeida Santos, apanhado de surpresa pela notícia, continuou a ver a repetição da telenovela brasileira "Pantanal" na RTP Memória e disse ao jornalista d'O Indesmentível que fosse "pentear macacos".

Penteado de Carlos Carvalhal pesa na decisão dos dirigentes do Sporting

LÚCIA PILOTO/RC - Após quatro anos de bom futebol com Paulo Bento de risco ao meio, Carvalhal foi eleito seu sucessor no Sporting. Na escolha, anunciou José Eduardo Bettencourt, pesou o medíocre penteado do antigo técnico do Marítimo. Ao invés de Bento, que tinha como barbeiro o Moisés bíblico, Carlos Carvalhal já admitiu que quem lhe corta o cabelo é um tio ceguinho pela diabetes. "Ele está ceguinho mas foi barbeiro durante mais de 40 anos, portanto não esquece. Mas volta e meia enerva-se, dá-lhe uma de Sweeney Todd e corta os garganetos a uma pessoa. Felizmente ainda não me calhou essa na rifa", comentou o fabuloso técnico do SCP. Alguns jogadores do clube já se vieram manifestar quanto à escolha do técnico, nomeadamente Miguel Veloso. "O Miguel estava na esperança de que o Sporting fosse buscar um treinador que tivesse pelo menos cabelo, que ele não tem. Assim não há esperança de ter no banco um penteado Lúcia Piloto ou Isabel Queiroz do Vale".

Friday 20 November 2009

Instrumento

Bettencourt toca maracas, Cláudio Ramos toca maricas.

Thursday 19 November 2009

É da Madeira

Um defeito que o Pinóquio sempre teve foi ser um cara de pau.

Espectáculo

Wednesday 18 November 2009

Homofonias #4


Cá estamos novamente com mais uma homofonia. Desta feita, com o tema "Take Back The City" dos Snow Patrol, onde dos 31 até aos 33 segundos ouvimos o vocalista falar do "Rol da Mass", o mais próximo que o indivíduo consegue dizer "rolo da massa".

Tuesday 17 November 2009

É o Quê?

Quando o Bibi não percebia uma conversa pedia sempre que trocassem por miúdos.

Monday 16 November 2009

Sobre Dentistas de Qualidade Duvidosa

O barato sai cárie.

Alzheimer

O Haitian do Heroes tinha dado um jeitaço ao Bibi na Casa Pia: "Dói-me o cu, não me lembro é o porquê"

Sunday 15 November 2009

Vida inteligente

Depois de água na Lua a NASA diz que descobriu inteligência em José Lello. Não sei se acredito.

Friday 13 November 2009

Épico



"Eu sou um intelectual
Para mim não é só sexual
Tenho interesse na pessoa
Sobretudo se é mulher boa"

Leopoldina comete suicídio após visionar novo anúncio da Popota

ÉPOQUE NATALICE/RC - O mundo encantado dos brinquedos de Leopoldina, onde haviam reis, princesas e dragões findou esta semana com o falecimento deste animal ovíparo. A conhecida avestruz amarelo-hepatite suicidou-se esta terça-feira ao enfiar a cabeça num pedaço de estrada acabado de alcatroar. Ao que apurou o nosso jornal diante das autoridades, esta ave ao serviço do capitalismo encontrava-se desde há várias semanas fragilizada emocionalmente por o seu reinado ser ameaçado por aquela personagem gorda e cor-de-rosa chamada Popota, que é vista num novo anúncio a dançar obesamente Buraka Som Sistema. A carreira musical desta hipopótama iniciou-se em 2000 na Banda Gástrica, chegando a participar nalguns temas do álbum de Simara a solo "Tenho o Gepeto no estômago".

Investigação apura: Adolfo Hitler era uma pessoa fofinha

ARROZ SIEG HEIL/RC - Passado mais de meio século da Segunda Guerra Mundial, um grupo de historiadores apurou que Hitler era tão fofinho quanto o urso Micha. Segundo adiantou a'O Indesmentível Carcácio Baldessarini, Hitler era visto pelas pessoas com quem se relacionava como um tipo "catita, meiguinho, choramingas, lambareiro e com um considerável mau hálito". Um dos depoimentos recolhidos foi o de Fritz Hamburguer-no-pão, um dos amigos de infância de Hitler e responsável pela importação de bitoques para a Alemanha durante o Terceiro Reich. De acordo com Fritz, Hitler pode ser equiparado em termos de fofice não apenas ao urso Micha mas também ao Marco dos desenhos animados, ao Dartacão, ao viking Wickie e, curiosamente, à Heidi: "A única diferença entre o Hitler e a Heidi é o bigode. Ainda que, se bem me lembro, a Heidi tinha um buço que era um fartote".

Tuesday 10 November 2009

Kick-Ass!



Sunday 8 November 2009

Melomanias #7

A Avenida Bacalhau




















A noite descia sobre a cidade, assolando-a com a sua aconchegante presença. Como a pele humana, que sempre vê a idade esculpir-lhe rugas, na cidade também com o tempo, as ruas lhe começaram a demarcar o corpo, como um mapa. Toda a cidade tem as suas ruas, toda a rua as suas pessoas, toda a pessoa o seu umbigo com surro - só que há umas que diz que lavam. Numa dessas ruas, onde a ensurdecedora ambiência das máquinas de escrever tem lugar, ouve-se o eco antigo de um arroto enviado sabe-se lá por quem.

Caminhando a passos certos, curtos, pausados, segue um homem vestido de forma impecável, com uma jaqueta bege muito jeitosinha e curta, adquirida talvez nos saldos. Este homem, no seu charme natural, em movimentos certeiros e propositados, acende um cigarro e ali pára, em frente à estátua de pechisbeque de Carlos Castro, mítico representante da imprensa cor-de-rosa. Ali paira também, como o aroma de um cadáver recente, uma gigantesca quantidade de coscuvilhice, naquela que é a rua de Raimundo Caroço - a Avenida Bacalhau.

É sempre no 'Paparazzo', snack-bar mais famoso da rua, que todos os jornalistas se encontram, na companhia de tarólogas, travestis e aspas. Ali, naquele pequeno espaço onde o cheiro de tabaco se mistura com Old Spice, discute-se a vida das famosas que mandaram esculpir os seus seios em silicone. E Raimundo Caroço, como é apanágio, discursa.
"Meus amigos, está um briol hoje que não se pode. Felizmente, permitam-me afirmar, comprei este casaco na Zara. Agora exceptuando isso, a sociedade está cansada da verdade. Todos os dias, nos noticiários, as pessoas são bombardeadas com guerra, morte e tragédia. É a verdade, mas as pessoas começam a ficar indiferentes a ela. E este monólogo está um esterco ao nível de um guião dos Morangos com Açúcar. Pois não é meus caros?"
Mas só se ouve o silêncio. Alguém solta um flato. Um homem, na casa dos 40 biqueira larga, aproxima-se de Raimundo, de mini na mão.
"Como é?" diz o homem.
"Cá estamos", responde Raimundo, coçando o cu.
"Que coisa é essa de que 'tavas para aí a falar pá, da verdade e do caraças?"
"Vivemos numa sociedade em que as pessoas estão cansadas da verdade, em que elas preferem mentiras coloridas a uma realidade cinzenta. É esse o nosso trabalho, dar à vida um tom cor-de-rosa".
"Mas o cor-de-rosa não é a cor dos paneleiros?"
"Talvez... na sua mente retrógada e estereotipada. Mas o cor-de-rosa não é a cor dos paneleiros. O cor-de-rosa é a cor dos...uh... ah bem, se calhar é mesmo a cor dos paneleiros".
Este que se dirigiu a Raimundo de mão numa mini dá pelo nome de Marsápio Robalo, e é um gajo. Mas quem sabe poderá vir a ser mais que isso, num futuro não muito distante.
"O meu projecto, caros amigos, é uma revista cor-de-rosa. Será um misto da Maria, Ana Mais Atrevida, Bravo, Sentinela, Gina e a Dica da Semana. Quem quer participar?" anuncia Raimundo Caroço, do alto do seu metro e sessenta e quatro.
"Quero eu, quero eu!" disse o Cão Júlio.
"Mas tu não és aquele cão da história da Carochinha?"
"Sou. Sei desenhar pilas".
"Então olha, podes ser o cartoonista. Alguém mais?"
Ao canto da sala, escondido da ASAE, um homem barbudo de pála no olho, de SG Gigante no canto da boca, prontifica-se:
"Conta comigo rapaz. Já fiz inscrições em campas".
"Muito bem, serás o nosso editor".

E assim, Raimundo reuniu meia-dúzia de tipos sem talento nenhum, ligou a uns amigos que tinha no PS e eles lá lhe desencantaram uma impressora, com que fabricaram a sua primeira edição. Chamaram-lhe, à revista, "Sarau". Não porque tivesse alguma coisa a ver com o assunto mas apenas porque acharam a palavra parva - que é. E rima com arroz pilau. Na capa, bem visível, encontramos a grande manchete desta primeira edição: "D. Duarte queima bigode num maçarico". Apesar das suas quatro curtas páginas, a revista Sarau foi um sucesso.
Na manhã do dia seguinte, quando Raimundo Caroço se preparava para abrir a porta das instalações da revista Sarau, repara num homem à esquina, segurando uma cana-da-índia. O indivíduo, é reconhecido por Raimundo como Barbério Pirraça, editor da revista "Pessoas de Bem". De cana-da-índia na mão direita e caixa de palitos do Modelo na esquerda, Barbério aproxima-se de Raimundo.
"Com que então és tu o sacana responsável por aquele pedaço de esterco jornalístico que bebe da aldrabice?"
"Não lhe chamaria aldrabice, mas antes criatividade" responde Raimundo.
"Só te venho avisar meu maricas, que com a mentira não vais longe".
E de cana-da-índia caída sobre o ombro direito, Barbério Pirraça abandona a entrada do edifício, trauteando um tema antigo dos D'Arrasar. A revista de Barbério era conhecida no meio pela sua independência e respeito pelo código deontológico dos jornalistas.
Num quarto de um apartamento dos subúrbios, imperturbável pelo ressonar do cão do vizinho do lado, o reggaeton do vizinho de baixo e o barulho do micro-ondas do vizinho de cima, Raimundo dorme. Isto até que toca o telefone, um daqueles de disco rotativo, a única coisa que o faz realmente acordar. Raimundo levanta-se rapidamente da cama, afasta os lençóis em turbilhão e dirige-se ao corredor, onde o telefone se encontra.

"Sim?" atende Raimundo, resgatando um macaco com o mindinho "Tá bem, eu vou já para aí". Assim que desliga, caindo no seu ombro e deslizando sobre um dos seus braços, um esquilo daqueles que vivem nos cereais.
"Que é que se passou?" perguntou o esquilo, abanando o rabo.
"O Barbério Pirraça. Publicou uma notícia a dizer que a minha revista é uma farsa."
"O que é que vais fazer agora?"
"Agora vou à guerra. Vou publicar mais aldrabices, que os meus amigos da política lá me vão agradecendo com presuntos e qualquer dia coisas tipo dinheiro e putas."
Pode parecer estúpido uma conversa entre um ser humano e um esquilo a meio de uma história, e é. Este esquilo chama-se Vítor Gargalo e mantém com Raimundo Caroço uma relação homossexual. Já Raimundo mantém com Vítor uma relação zoófila homossexual. A sociedade tem dificuldade em aceitar isto, o amor entre um director de uma revista merdosa e um ex-serralheiro que é esquilo.

Chegado à redacção da revista Sarau, Raimundo vê o desalento na cara dos seus trabalhadores. As aldrabices que inventaram, com recurso ao haxixe marado de um dealer chamado Zé da Burra, estão agora a perder credibilidade. Até parece mentira.

"Caros amigos, plantas de plástico e coleccionadores de pêlos púbicos, não podemos permitir que este golpe baixo da concorrência nos desloque a tomatada até à testa. Temos uma obrigação para com os nossos leitores de desinformar, aldrabar, enganar, mentir e não sei mais o quê. Eu sei que é difícil para muitos de vós continuar esta caminhada, principalmente aqueles que perderam as pernas na Guerra Colonial e no programa Minas e Armadilhas do Júlio César mas, uma coisa eu vos digo, está hoje um tempo de categoria para ir pescar achigã!"

Inspirados pelas palavras de Raimundo, os trabalhadores da revista Sarau ovacionam como doidos o homem, levam-no aos ombros e enfiam-lhe três beatas de cigarro em cada narina. Isto parecendo que não, importuna uma pessoa.
Pela redacção aspada da revista Sarau adentro entra um dos funcionários, esbaforido, e com uma t-shirt que tem a inscrição "Diabetes". Nada a ver.
"Raimundo, alguém me furou os pneus do Fiat 600!"
Furibundo, Raimundo Caroço atira uma chapada na mesa que, por acaso, tinha um pionés de bico para cima.
"Fosca-se pá piquei a mão!!!"
No meio de toda esta confusão, por uma das janelas da redacção, entra um sujeito misteriosamente parvo vestido à ninja vermelho dos Power Rangers. Em bicos de pés e à socapa, como é apanágio do praticante de ninjutsu, o indivíduo dirige-se à casa-de-banho. Entretanto Raimundo, após despejar metade da embalagem de Betadine na mão e beber o resto com groselha, resolve telefonar à polícia. Um dos funcionários empresta-lhe o telemóvel.

Mas eis que, quando Raimundo se preparava para marcar o último dígito, um barulho ensurdecedor se ouve na porta da redacção. Uma primeira batida, forte. Uma segunda. Uma terceira e, pumba! Lá se foi a porta da redacção para o maneta. Nem sei bem para que raio o maneta precisa da porta, mas tá. E quem é que entra pela redacção, quem é? Nem mais nem menos do que Barbério Pirraça, todo nu e com um cinto de dinamite à cintura.
"Ai Ai que eu tenho uma bomba! Ai que ainda me vou barricar e não sei quê!"

Tal e qual Manuel Subtil, Barbério Pirraça, num acto de profundo desespero, ameaça rebentar com coisas. Um silêncio fúnebre invade a sala rapidamente como um gás daquelas granadas que um gajo vê nos filmes e depois ganha medo. Raimundo Caroço olha para Pirraça com aquela cara de quem diz "vou-te amassar os dentes com um maço de bater calçada meu borrego assexuado". Pirraça olha para Raimundo com aquela cara de quem está aflito para ir efectuar o cocó e, aproximando o dedo indicador direito de um comando de uma televisão Nordmende daquelas bem antigas que se encontra colado à dinamite, prepara-se para mandar tudo para o galheiro.

Então por detrás de Pirraça, naquele jeito silencioso próprio dos praticantes de ninjutsu, o ninja dos Power Rangers encosta-lhe a lâmina da katana à bochecha direita do rabo.
"Não te mexas Pirraça cona da mãe, senão corto-te a bochecha direita do rabo e dou-a de comer ao meu pastor alemão!" avisou o ninja, num sotaque típico da Beira Interior.
Sem escolha aparente, Pirraça, assume que o bombismo-suicida não é aquilo para o qual nasceu. Rende-se, tirando o cinto de dinamite, que acaba por se revelar um mero conjunto de salsichas alemãs do Lidl pintadas de vermelho à pistola. Pirraça começa a chorar.

"Sabe Raimundo, há algo que lhe queria confessar. Quando li a sua revista, fiquei... tão emocionado com a subserviência ao poder político, a falta de rigor jornalístico e a futilidade de certos artigos que, inconscientemente, fiquei a admirá-lo. Mas não pude admiti-lo. O meu orgulho não deixou". E, aproximando-se de Raimundo com a cara inundada em lágrimas, baba e ranhoca, Pirraça abraça-o. Apesar de se ter tentado rebentar na sua redacção com salsichas do Lidl, Raimundo perdoa-o.
"Queres vir comigo à pesca do achigã?" pergunta Raimundo. Barbério Pirraça, no meio da sua nudez lacrimejante e melancólica, responde.
"Sim, meu querido. Fá-lo-ei com todo o gosto".

Barbas e Máximo são a cara de curso de iniciação ao benfiquismo

LUÍS PIÇARRA/RC - Os dois representantes da ala mais labrega do Benfica aproveitaram os três minutos diários em que estão sóbrios para falar dum novo projecto chamado "Ser Benfiquista". Como revelaram a'O Indesmentível Barbas e Máximo, "Ser Benfiquista" é um curso para ensinar aos mais jovens o que é o Benfica labrego. "O Rui Costa, gosto muito dele, mas é muita menino ainda. Aquela barbinha sempre feita, unhas limpinhas, cabelo bem penteado... Nós preferíamos que ele fosse mais apresentável, de bigodaça farta, unhaca suja e cabelo desgrenhado - assim nasceu este projecto" anunciou Barbas. Jorge Máximo, por sua vez, optou por levantar o véu sobre o curso. "Este projecto ensina os miúdos a serem benfiquistas como eu e o Barbas, e olhe que não é fácil. Tem de se ir a tascas petiscar orelha de porco, ter algum pêlo nas orelhas e nariz, e claro, quando a gente perde, bater na mulher com um pau".

Friday 6 November 2009

Quase-trocadilho

Há quem me critique por gozar com a pessoa gorda, mas é mais forte do que eu.

Jesus despedido do Benfica por ser incapaz de transformar água em vinho

PENÚLTIMA CEIA/RC - Dias após o espectáculo de boxe, vale-tudo e chapada-à-gaja protagonizado por Benfica e Braga, o treinador do clube da Luz foi afastado do comando técnico. Neste afastamento, contou o presidente do SLB, pesaram em especial as opiniões de Jorge Máximo e Barbas, que já não reconhecem Jesus como o Messias: "Pá, o Máximo e o Barbas realmente estavam com a impressão de que o Jorge Jesus era o Messias e andava a dar sopas de cavalo cansado aos rapazes. Já os viram a correr esta época? E o Aimar aos tombos? Aquilo só podia ser vinhaça. Mas não". A perda da sua fé no treinador do Benfica deu-se quando Máximo, com sede, pede a Jesus que lhe transforme a água do Vimeiro em tinto e este lhe fez um toma. "Foi uma desilusão. Bem disse o Saramago que Deus é um filho da p*ta. Olha, este Jesus apesar de não ser filho dele também é um c*brão do car*lho. E um grande monte da m*rda. F*da-se pá desculpa, mas quando tenho sede enervo-me" confessou Máximo, penteando o bigode.

Wednesday 4 November 2009

Minnie-Me

Qual a semelhança entre um alcoólico e o Rato Mickey? Ambos gostam da mini.

Tuesday 3 November 2009

Topping

O doce favorito do Bruno Alves é o arroz doce, quem sabe por este ter canela.

Sunday 1 November 2009

Nunca é Tarde

A mãe do Goucha esteve para fazer o aborto. E fez.