Tuesday 28 April 2009

Bombay TV - Restaurante

Thursday 23 April 2009

Cada Macaco No Seu Galho

























Grande parte das pessoas, pelo menos uma vez na vida, já visitou o jardim zoológico. E normalmente não o fazem mais nenhuma vez, pois como no circo, as atracções são escassas e repetitivas. Não que eu não goste de bicharada, atenção - tenho é a plena noção de que os bilhetes são muito caros e que se quero ver animais em acção tenho o debate quinzenal na Assembleia da República. Mas claro, como em tudo, há excepções.

Uma delas é decerto o caso do singularmente idiota Reinaldo Matias, contabilista de profissão que todos os fins-de-semana leva o seu filho Tó Mané a um passeio no Jardim Zoológico, em parte porque é parvo. Reinaldo, como não devem estar a par, teve uma infância difícil. Logo ao nascer a sua mãe biológica, porque o achou com cara de quem tem autismo, meteu-o num cesto de compras e mandou-o rio Tejo abaixo. O cesto, esse, acabou por se afundar, ao contrário de Reinaldo, que teve a sorte de ser transportado por uma fataça em salutares pulos até à margem pertinho de Alpiarça, onde se encontrou brevemente com uma embalagem de asticot. Poucos dias depois, não sei se por sorte se por azar, foi encontrado por um bando de selvagens sopinhas-de-massa desempregados e que se entretinham a comer rótulos de garrafas de trinaranjus.

Estes adoptaram-no, compraram-lhe peças de roupa no Fabio Lucci e mandaram-no à vida dele porque também acharam que ele tinha cara de quem é autista. Seja como for, poderia estar aqui três horas a falar da adolescência de Reinaldo e de como enfrentou dilemas imensos, como cortar ou não o ridículo buço que se tinha alojado acima do lábio superior quando o matulão da escola, o Bolas, o tinha avisado que se ele o rapasse à gilete aquilo acabaria por crescer com mais força, mas não valeria muito a pena.

A primeira visita à Aldeia dos Macacos é sempre marcante. Nela acabamos por constatar não apenas que Charles Darwin estava correcto como os saguins são, tal como nós, gente muito pouco civilizada. Reinaldo fica sempre aparvalhado quando vai ao zoológico e vê seres de inteligência superior a ele mesmo.
"Que regabofe", gargalha Reinaldo, enquanto leva com uma casca de banana em cheio nas trombas. E enquanto Reinaldo se encontra ensimesmado com este pedacinho de civilização macacal, o seu pequeno filho Tó Mané decide tomar a liberdade de ir ao poço dos crocodilos resgatar um pacote de sugus de ananás que deixara cair.

Mas como já a tribo suméria dos Garamukhsarabandpipicocó havia salientado e bem, rir das coisas que um símio faz traz sempre consequências imprevisíveis à vida de um ser humano. Reinaldo viria a descobrir isso da pior forma na segunda-feira seguinte, quando acabado de chegar ao trabalho repara que - depois de na sexta-feira ter faltado sem aviso prévio - tinha sido prontamente substituído por um novo contabilista, mais precisamente um babuíno de doze anos da Baixa da Banheira que tinha todos os álbuns dos Onda Choc, só que os comeu.

Tuesday 21 April 2009

Bombay TV - Pevides

Saturday 18 April 2009

Os Dispensáveis




















O filme mais aguardado do ano. Para mim, claro está, mas duvido que esteja sozinho. Lembram-se de quando o Inglorious Basterds do Tarantino era para se chamar Inglorious Bastards e juntar as estrelas de acção chunga todinhas numa só película? Pois bem, entretanto o Tarantas abichanou e foi lá buscar o Brad Pitt, o Mike Myers (a.k.a Austin Powers), Michael Fassbender e parafraseando um adepto do Benfica, uj ôtos todj. Sylvester Stallone acabou por se aborrecer pelo facto do realizador de Pulp Fiction ter escolhido actores (mais) choninhas e decidiu portanto fazer o seu próprio filme de "tipos duros como calhaus numa missão para limpar o sarampo a um pulha".

A película em questão tem o sugestivo título The Expendables e conta entre o seu elenco com algumas das mais carismáticas estrelas da acção chunga (e alguma menos chunga) dos últimos vinte anos. Estou a falar de Arnold Schwarzenegger, o próprio Stallone, Eric Roberts, Dolph Lundgren, Jason Statham, Jet Li e o recentemente nomeado para oscar, Mickey Rourke. Porra, só falar nisto deu-me tesão, mas se calhar é de mijo. É o próprio Stallone que, além de realizar, escreve, portanto estou minimamente descansado - até porque gostei do Rocky Balboa e do Rambo, apesar de no último haver ali muita juventude que falece á papo-seco. Seja como for, os malandros da Empire tiveram a amabilidade e conveniência de no seu site mostrar ao público as primeiras fotos das filmagens daquilo que parece se irá tornar, esperemos, um filme do catano. É que mesmo que seja mau, vai ser bom. E mesmo que seja bom, vai ser mau. O que é óptimo.



































Na primeira foto deste grupo Stallone (aqui no papel de Barney Ross) corre desalmadamente como se estivesse aflito para fazer um bom chichi, o que evidencia a excelente forma física deste tipo de 62 anos. Se eu tiver oportunidade de chegar a esta idade, julgo que a cada três metros tenho uma trombose. Se bem que Stallone já tem cara de quem teve uma trombose. Pois. Logo debaixo da primeira imagem temos uma foto que não vale um tusto mas que mostra Eric Roberts e o calhau Steve Austin do wrestling a voar, tudo porque alegadamente terá arrebentado uma bomba. Na outra em que Stallone está sozinho, bem, ele tem uma pistola. Se calhar não está bem sozinho. E finalizando, cá em baixo tal como o tiroliroló, estão Sylvester e Jason Statham, como Lee Christmas. De destacar que os dois têm boné. O porquê de destacar isto, bem, passa-me ao lado.

Bonito, sim senhor. Perfeito? Longe disso. Nem toda a turma "chunga" quis participar neste épico. O João Cláudio Van Damme e Kurt Russell fizeram-se de esquisitos e recusaram o convite de Stallone. A meu ver, mal, porque adorava ver o francês a dar pontapés rotativos nas fuças de certos indivíduos. Desde JCVD que Van Damme pensa que é um actor digno de outros papéis. Cá para mim é mas é parvo. Já quanto a Kurt Russell não há ainda grandes certezas, nem quanto a algum do cast secundário. É certo que estou com grande expectativa para ver que coelhos ou outro bicho qualquer o Stallone vai tirar da cartola, mas há coisas com que dificilmente conseguirei viver, como a ausência de Lorenzo Lamas, Michael Dudikoff, Bolo Yeung, Steven Seagal ou Chuck Norris (principalmente) deste autêntico leviatã que é The Expendables. Mas já dizia o outro, não se pode ter tudo. Mas é pena.





















Wednesday 15 April 2009

A ter em conta...




















Na presença de Steven Seagal, é melhor dar o braço a torcer.

Tuesday 14 April 2009

Bombay TV - Action Man

Thursday 9 April 2009

Piadola Melómana




















O que veste um morto-vivo quando sai do banho?

- O robe zombie.

Monday 6 April 2009

Cuidado com o cão





















(imagem gentilmente cedida pelo amigo Hélder Silva)

Contam-se pelos dedos da mão esquerda de Vítor Jardim as vezes que já atropelei cães durante a minha curta vida. Mas como o leitor não deve estar a par, Vítor Jardim trata-se de um carpinteiro com quem tive uma breve relação de amizade - cerca de três minutos - se não me falha a memória entre as 18 e as 19 horas do dia 23 de Janeiro de 1998. Vítor, metade por infortúnio metade por parvoíce, perdeu quatro dedos da sua mão esquerda numa serra quando tentava resgatar na sua oficina uma moeda de dez escudos que lhe tinha caído do bolso do fato-macaco. Tudo isto lhe causou enorme transtorno, em especial pelo facto de nunca mais poder vir a usar luvas na vida, porque convenhamos, usar uma luva na mão direita e usar outra na esquerda quando se lá tem apenas um polegar é uma visão que invoca uma certa comicidade.

Tudo isto para contar a história de Ludovino Algeroz, que em Setembro de 2001 atropelou um cão à saída da Festa do Avante. O cão, apurou Ludovino poucos minutos após lhe ter passado a roda esquerda dianteira de um Fiat Panda por cima, ficou quase totalmente esborrachado. O condutor tentou ainda ver qual era a raça do dito animal mas foi incapaz - em parte devido ao facto de não ter os óculos consigo, já que fazia dois dias os tinha trocado por uma lata de atum Nixe. Contudo, e para mal dos seus pecados, Ludovino viria a descobrir dentro de alguns dias que a raça do cão era afinal cigana, quando lhe apareceu à porta de casa uma matilha de rafeiros que mais não eram do que os familiares todos do bicho: pais, irmãos, primos, avós, sobrinhos, tios, o padrasto, a madrasta e mesmo um primo que estava emigrado no Burundi e já não o via desde o casamento da irmã mais velha.

Durante mais de vinte e dois meses os cães trataram de atazanar o juízo a Ludovino mediante o exercício de diversos latidos direccionados aos pneus do seu carro e mesmo a ele próprio quando ia para o trabalho. Isto até ao dia 12 de Fevereiro de 2003, quando Ludovino teve a amabilidade de pôr termo ao martírio e à sua própria vida, enforcando-se com o atacador de uma sapatilha no candeeiro da sala de jantar. Deixou um bilhete de suicídio que dizia clara e sucintamente:
"Seus cães ciganos do car*lho, eu morro mas vocês também não escapam! A ração Orlando do Lidl que vos dei a comer hoje de manhã estava cheia de veneno de ratos. Ora tomem lá!"

Ludovino Algeroz, apesar de morto, veio a ser condenado posteriormente a 25 anos de prisão e levado para o cemitério da Rebordosa, acusado dos crimes de suicídio e homicídio involuntário, de um vagabundo que acabou por roubar a comida aos cães.

Os cães, contudo, acabaram também por morrer depois de comerem o vagabundo morto. Os familiares de Ludovino nem tiveram tempo absolutamente nenhum de chorar a sua perda, pois mal os também ciganos donos dos cães souberam da morte dos bichos limparam-lhes o sarampo que foi uma categoria.

Viria mais tarde a ser apurado num inquérito policial que, no dia em que atropelou o cão, Ludovino conduzia sob o efeito do comunismo. Mais um dado negro para as nossas estatísticas.